FAMÍLIA FRANCK

1. HISTÓRICO
2. HISTÓRIA DO SOBRENOME
3. HISTÓRIA DE MINHAS ORIGENS:
4. PAINEL DO ENCONTRO DAS COMUNIDADES ALEMÃS DA AMÉRICA LATINA.
5. MENSAGENS DOS AMIGOS.

Nilo Franck

Nilo

08/08/13 - 01:15

1. HISTÓRICO:
Natural de OBERSCHEIDENTAL, a FAMILIA FRANCK veio para o Brasil,especificamente para a cidade de JUIZ DE FORA-MG, no ano de 1858, contratada pela COMPANHIA UNIÃO E INDÚSTRIA, empresa do SENHOR COMENDADOR MARIANO PROCÓPIO FERREIRA LAGE, para a construção de uma estrada de rodagem, a primeira no gênero na AMÉRICA DO SUL. (UNIÃO E INDÚSTRIA , que ligaria JUIZ DE FORA-MG a PETRÓPOLIS-RJ), compondo a COLÔNIA D. PEDRO II. Viajaram a bordo do VELEIRO (BARCA) GESSNER, sob o comando do CAPITÃO C. LANKENAU, com 11 tripulantes e 250 toneladas de peso. Foram 68 dias de viagem na travessia do Atlântico, tendo saído do PORTO DE HAMBURGO no dia 22 de maio de 1858, chegando ao RIO DE JANEIRO no dia 29 de julho de 1858.... Imigraram 08 pessoas, sendo 06 da família FRANCK e 02 da família RECHNER, como segue:
01 – JOÃO (JOHANN) VALENTIM FRANCK – contratante – nascido a 03/02/1816, faleceu no dia 11/08/1858 – passageiro 16;
02 - THECLA FRANCK – filha – nascida em 27/03/1839, casou-se com FRANCISCO SCHÄFER, nascido em 15/11/1831, e tiveram 14 filhos – passageira 17;
03 - JOÃO FRANCK – filha – nascido em 26/06/1841, casou-se com AGATHA RHEIN, nascida em 21/04/1844, e tiveram 12 filhos – passageira 18;
04 - MARTIN FRANCK – filho – nascido em 11/11/1844, casou-se com MAGDALENA SCHÄFER GOTZ, nascida em 01/03/1848, e tiveram 08 filhos – passageiro 19;
05 - THEODOR FRANCK – filho – nascido em 16/12/1849, casou-se com DOROTHEA SCHRÖDER, nascida em 13/04/1855, e tiveram 08 filhos – passageiro 20;
06 – JOSEPHA FRANCK – filha – nascida em 30/11/1853, casou-se com GUILHERME RHEIN, nascido em 03/04/2849, e tiveram 05 filhos – passageiro 21.
Observação – A esposa de JOHANN VALENTIM FRANCK, chamava-se CATHARINA SCHORCK, ao que parece não imigrou com a família, e os motivos não são conhecidos O nome dela aparece nas certidões de nascimento dos netos do casal THEODOR E DOROTHEA, cujos dados estão registrados no INSTITUTO TEUTO-BRASILEIRO WILLIAM DILLY, a quem agradeço pelas informações fornecidas.
Meu bisavô paterno chamava-se THEODOR (THEODORO) FRANCK ou FRANK, nascido em 16 /12/1849; casou-se com DOROTHEA SCHRÖDER, nascida em 13/04/1855, filha de EMIL E MARIA SCHRÖDER, que imigraram igualmente para JUIZ DE FORA-MG trazidos pelo VELEIRO (BARCA) RHEIN, que saiu do Porto de Hamburgo, no dia 21/04/1858, sob o comando do CAPITÃO BOSTER. Ele nasceu em OBERSCHEIDENTAL-BADEN que está situada na pequena cidade de MUDAU, distrito de NECKAR-ODERWALD KREIS; ela em PLÖN-HOISTEIN. Eles tiveram 08 filhos, a saber SOPHIA DOROTHEA, nascida em 22/10/1873, MARTINHO nascido em 04/11/1875, CRISTIANO nascido em 18/12/1880, CATHARINA AUGUSTA nascida em 29/06/1885, MARGARIDA, MARIA MAGDALENA e GUILHERME. Segundo consta na certidão de batismo do filho CRISTIANO, meu bisavô era ferreiro. Meus avos paternos chamavam-se MARTINHO FRANCK, nasceu em JUIZ DE FORA-MG, no dia 04/11/1875, foi batizado na IGREJA DA GLÓRIA no dia 14/11/1875, sendo seus padrinhos o TIO MARTIN e a tia MAGDALENA. Dos irmãos foi o único a ir morar em PETRÓPOLIS-RJ, e lá encontrou e se casou com a sua CATHARINA MARGARETH LAURENTIA WOLL, nascida em 05/02/1878 em PETRÓPOLIS-RJ, e batizada na IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA DE PETRÓPOLIS no dia 10/02/1878. Os dois se casaram no dia 14/07/1900 na IGREJA LUTERANA EM PETRÓPOLIS. Segundo histórias contadas por meu pai, meu avô tinha uma mercearia situada na confluência das ruas VISCONDE DE ITABORAÍ com GONÇALVES DIAS no bairro do VALPARAÍSO.
Sobre a família de minha avó paterna WOLL, os dados me foram repassados pelo grande amigo e colaborador PAULO ROBERTO MARTINS DE OLIVERIA, membro do COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA E DO INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS. Dentre os passageiros do NAVIO VIRGINIE primeira embarcação a trazer colonos alemães para Petrópolis, estava PHILLIP WOLL, nascido no ano de 1817. Esta embarcação saiu do PORTO DE DUNQUERQUE na FRANÇA a 17/04/1845, chegando ao RIO DE JANEIRO a 13 de junho de 1845, e nas terras do CÓRREGO SÊCO (depois PETRÓPOLIS), a 29 de junho de 1845, segundo o que foi apurado ele era solteiro e estava com 27 anos de idade. Aqui no Brasil casou-se com a sua MARIA (OU MARGARIDA) EVA BAUER, nascida em LAUDERT (RHEIN-HUNSRUCK, ESTADO DA RENÂNIA), no ano de 1824, filha de JOHANN PETER BAUER (nascido em 1791 em RHEIN-HUNSRUCK e falecido em PETRÓPOLIS-RJ 1868 e MARIA CATHARINA HOELZ nascida em 1804 na ALEMANHA e faleceu em PETRÓPOLIS-RJ em 22/11/1869. PHILLIP faleceu logo após o casamento entre 1846 e 1847, e MARIA (OU MARGARIDA) EM 27/11/1890. Há ainda um dado importante a ser citado, embora não se saiba de que região da ALEMANHA teria vindo PHILLIP WOLL, consta que ele teria desembolsado a quantia de dezoito francos para se deslocar de OSTEND NA BÉLGICA até o PORTO DE DUNQUERQUE NA FRANÇA, para a viagem ao BRASIL. Do casamento de PHILLIP E MARIA (OU MARGARIDA), nasceu MAXIMILIANO WOLL, nascido em PETRÓPOLIS-RJ a 07/11/1846 e que se casou com a sua MARIA STÜTZEL no dia 25/04/1869. Desse casamento é que nasceu minha avó CATHARINA e mais nove irmãos: PEDRO, MATHIAS, FELIPE, CONRADO, JACOB e as irmãs ANA, AMME, MARIA E LUIZA está última mais tarde foi mãe adotiva de meu pai. Vamos a seguir mostrar os nomes da embarcações que trouxeram os colonos alemães para PETRÓPOLIS em 1845 e para JUIZ DE FORA em 1858;
RELAÇÃO DOS NAVIOS QUE TROUXERAM OS COLONOS ALEMÃES PARA PETRÓPOLIS
1. VIRGINIE – Chega ao RIO DE JANEIRO em 13/06/1845, com 161 colonos;
2. MARIE – Chega ao RIO DE JANEIRO em 20/07/1845, com 169 colonos:
3. LEOPOLD – Chega ao RIO DE JANEIRO em 21/07/1845, com 225 colonos;
4. CURIEUX – Chega ao RIO DE JANEIRO em 24/07/1845, com 190 colonos;
5. AGRIPINA – Chega ao RIO DE JANEIRO em 25/07/1845, com 210 colonos;
6. MARIE LOUISE – Chega ao RIO DE JANEIRO em 26/07/1845, com 217 colonos;
7. JEUNE LEON – Chega ao RIO DE JANEIRO em 11/08/1845, com 170 colonos;
8. GEORG – Chega ao RIO DE JANEIRO em 26/08/1845, com 208 colonos e mais 03 crianças nascidas durante a viagem;
9. MARY QUEEN OF SCOTT – Chega ao RIO DE JANEIRO em 01/09/1845, com 210 colonos:
10. DANIEL – Chega ao RIO DE JANEIRO em 07/09/1845, com 171 colonos;
11. ODIN – Chega ao RIO DE JANEIRO em 07/09/1845, com 182 colonos;
12. PAMPAS – Chega ao RIO DE JANEIRO em 16/10/1845, com 137 colonos;
13. TRYEN – Chega ao RIO DE JANEIRO em 08/11/1845, com 68 colonos.

Estes dados foram apresentados no PRIMEIRO COLÓQUIO DE ESTUDOS TEUTO-BRASILEIROS – FAMILIAS GERMANICAS DA IMPERIAL COLÔNIA DE PETRÓPOLIS;
GUILHERME AULER – Digitado por NILZA MARIA ALMEIDA CANTONI SANTOS Foram publicados entre outros jornais na TRIBUNA DE PETRÓPOLIS –PRIMEIRA PÁGINA DO SEGUNDO CADERNO, EDIÇÃO DE 29 DE JUNHO DE 1955.

EMBARCAÇÕES QUE TROUXERAM IMIGRANTES GERMÂNICOS PARA JUIZ DE FORA-185
(OS DADOS A SEGUIR CONSTAM EM DOCUMENTAÇÃO CATALOGADA NO INSTITUTO TEUTO-BRASILEIRO WILLIAM DILLY DE JUIZ DE FORA e foram publicados no LIVRO “OS ALEMÃES E A BORBOLETA” DE VICENTE CLEMENTE (CLEMENS).
1. BARCA HAMBURGUESA TELL – Saiu de Hamburgo dia 21 de abril de 1858 e demorou 34 dias de viagem, chegando ao RIO DE JANEIRO a 25 de maio de 1858, com 236 passageiros além da tripulação;
2. BARCA HAMBURGUES RHEIN – Saiu de Hamburgo dia 28 de abril de 1858 e demorou 59 dias de viagem pelo MAR DO NORTE até o RIO DE JANEIRO , onde chegou no dia 25 de junho de 1858, com 184 passageiros além da tripulação;
3. BARCA HAMBURGUESA GUNDELA – Saiu de Hamburgo a 15 de maio de 1858 e levou 70 dias para chegar ao RIO DE JANEIRO, pois encontrou muitas tempestades e privações. A chegada aconteceu no dia 26 de julho de 1858, com 287 passageiros, além da tripulação;
4. BARCA HAMBURGUESA GESSNER – Saiu de Hamburgo dia 21 de maio de 1858 e demorou 68 dias de viagem, chegando ao RIO DE JANEIRO a 19 de julho de 1858, com 249 passageiros, além da tripulação;
5. BARCA OSNABRUCK – Saiu de Hamburgo no dia 05 de junho de 1858 e demorou 58 dias de viagem, chegando ao RIO DE JANEIRO no dia 04 de agosto de 1858, com 217 passageiros, além da tripulação.

Meu pai chamava-se ALFREDO MARTINHO FRANCK; nasceu em PETRÓPOLIS-RJ a 01/02/1921, no BAIRRO DO VALPARAÍSO. Casou-se com a sua ELZA HENAUT, também nascida em PETRÓPOLIS-RJ no dia 02/05/1925, na IGREJA DE SANTO ANTONIO DO ALTO DA SERRA, no dia 08/09/1945, e tiveram 02 filhos: ALFREDO TEODORO FRANCK, que faleceu ainda bebê e NILO SÉRGIO FRANCK nascido a 05/10/1950, igualmente no BAIRRO DO VALPARAISO. Por muitos anos meu pai trabalhou na COMPANHIA FÁBRICA DE TECIDOS DONA ISABEL, tradicional indústria têxtil da cidade, até o ano de 1966, quando se aposentou. A família de minha mãe, é oriunda do BAIRRO DO ALTO DA SERRA em PETRÓPOLIS-RJ. Meus bisavós maternos eu ainda não tenho informações, mas sobre os avós já posso contar alguns detalhes. Eles se chamavam PEDRO HENAUT, belga da cidade de CHARLEROIS, da província de HAINAUT, região da VALONIA, sendo hoje a quarta cidade da BÉLGICA: segundo histórias contadas por minha mãe ele trabalhou por anos na FÁBRICA COMETA, localizada no MEIO DA SERRA, próxima a antiga ESTRADA DE FERRO GRÃO-PARÁ, posteriormente transferiu-se para a COMPANHIA FÁBRICA DE TECIDOS DONA ISABEL, era músico da BANDA CLUBE EUTERPE, no ALTO DA SERRA. Minha avó HELENA CONCEIÇÃO DA COSTA, nasceu em LISBOA-PORTUGAL, cidade situada às margens do RIO TEJO. É chamada a capital mais ocidental da EUROPA, segundo lenda popular a cidade teria sido fundada pelo herói grego ULISSES.
Minha história eu vou contar logo abaixo, mas o grande momento de minha vida foi quando conheci e casei com a minha DILZA MASSON, nascida em JUIZ DE FORA-MG, no dia 14/07/1951. Nos casamos no dia 29/01/1972, na IGREJA DA GLÓRIA, em JUIZ DE FORA-MG e tivemos 05 filhos: NILO JR 06/02/1975, PATRICIA 02/04/1977, MARCELO 01/11/1978, PEDRO 04/06/1980 E HANNY 01/03/1989. As igrejas citadas neste histórico fizeram e fazem parte de nossas vidas por muitos anos e seus históricos e fotos podem ser vistas neste link, no item IGREJAS QUE FAZEM PARTE DA VIDA DA FAMILIA FRANCK. Meus agradecimentos aos amigos ROBERTO DILLY e RITA COUTO, bem como ao VICENTE CLEMENTE fonte de consulta dos dados sobre JUIZ DE FORA, e ao amigo PAULO ROBERTO MARTINS DE OLIVEIRA pelos dados da família WOLL de PETRÓPOLIS.

2. HISTÓRICO DO SOBRENOME:
O nome da família germânica Franck, é classificado como um nome de origem pessoa. De acordo com estudiosos do assunto, um sobrenome bem antigo é encontrado em diferentes lugares é aquele derivado de um nome dado numa pia batismal, ou herdado de avós, mais certamente, de um remoto ancestral que passou seu designativo pessoal. originado de um antigo nome pessoal Germânico FRANCK. Tal nome pensa-se ser derivado do antigo Alemão Nórdico “FRAKKR”,que significa entusiasta, cheio de energia, espirituoso, cheio de vigor e ainda, do Anglo-Saxão “LANÇA”. Porém, muitas vezes, o sobrenome FRANCK – tem base em um nome étnico, referindo-se a um FRANK. Os FRANKS foram um povo germânico, que residiram as margens do RIO RENO e RIO SAALE na época do domínio Romano. Alguns foram fundadores da nação francesa, enquanto outros permaneceram na terra de seus ancestrais na região que veio a ser conhecida como ‘FRANKEN” (FRANCONIA), correspondendo aproximadamente hoje a Bavária.
As mais antigas referencias ao nome “FRANCK” com registro são: o nome de SEBASTIAN FRANCK (1499-1642) um reformador religioso e humanista renascentista; HANS FRANCK, o filho de ANDRÉAS FRANCK e MARGARETA HERMAAAN, que foi batizado em 21 de outubro de 1564 em INGELFINGEN, WÜRTTEMBERG; o casamento de PETER FRANCK e GERTRAND DIELAND que aconteceu em 09 de abril de 1570, em CEIPHE,BAVÁRIA. Alguns notáveis herdeiros desse sobrenome, é o compositor BELCHIOR FRANCK (1573-1639) e o poeta JOHANN FRANCK (1618-1677). Esse nome chegou a América do Norte por volta de 1731, quando JOHANN CONRAD FRANCK chegou à Filadélfia. As pesquisas a respeito ainda continuam e variantes do nome podem ter sido documentadas antes das que conhecemos hoje.
O escudo das armas foi legalizado em 1541 em ULRICH FRANCK.
Brasão de Armas heráldico com um unicórnio,seccionado.
O unicórnio das armas representa extrema coragem, virtudes, extrema firmeza de caráter, fortaleza de espírito e retidão de propósitos.
ORIGEM: ALEMANHA

FONTE: THE HISTORICAL RESEACH CENTER - 08/11/2008:
TRADUÇÃO PARA O PORTUGUES – DILZA MASSON FRANCK -23/04/2009.

3. MINHAS ORIGENS:
Eu nasci em Petrópolis Estado do Rio de Janeiro, em 05 de outubro de 1950, na Rua Rockefeller, 313 – bairro Valparaíso. Minha vida acadêmica foi construída nos seguintes estabelecimentos de ensino da cidade: PRIMÁRIO-Instituto Nossa Senhora de Lourdes e Colégio São Vicente de Paulo; GINASIAL – CENIP e Colégio São Vicente de Paulo; TÉCNICO EM CONTABILIDADE-Liceu Municipal Cordolino Ambrósio; EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA- Faculdade Cândido Mendes-Administração de Empresas e na Universidade Federal do Amapá (TURMA PIONEIRA DA GEOGRAFIA) cursei parte do referido curso.
Na infância e pré-adolescência convivi muito com os pais adotivos de meu pai LUIZA E JACOB MOLTER (ela irmã de minha avó paterna), pois meus avós faleceram quando meu pai ainda era criança. Ambos conversavam em alemão entre si, e apesar desta oportunidade impar, eu não consegui aprender a falar o idioma; convivi também muito tempo na Igreja do Sagrado Coração de Jesus e na Igreja Evangélica de Confissão Luterana, pois esses meus avós adotivos eram luteranos. Do lado de minha mãe a influência portuguesa, meu avô materno PEDRO HENAUT, de origem belga e já falecido na época e minha avó materna HELENA CONCEIÇÃO DA COSTA HENAUT de origem portuguesa, (ELA NASCEU EM LISBOA). Fui embalado muitas vezes no cantar de antigos fados cuja letra, ainda me lembro hoje. Meus pais contavam que desde os primeiros meses de vida, viajei para visitar os parentes por parte do pai de meu pai em Juiz de Fora, mais especificamente na antiga VILA SÃO VICENTE (BORBOLETA). Nós ficávamos sempre hospedados na casa da TIA CRETIA (MARGARIDA FRANCK FERREIRA GOMES), prima de meu pai casada com JOÃO FERREIRA GOMES (mais conhecido no bairro como JOÃO PORTUGUES). Ali também morava a irmã da TIA CRETIA, LUIZA MARIA FRANCK YUNG e a TIA TEREZINHA MUNCK FRANCK, casada com GUILHERME FRANCK irmão mais novo de meu avô paterno. Ela tinha 08 filhos que, ao longo de minha vida, foram mais que primos, passaram a ser realmente irmãos, tal a amizade que nos une até os dias de hoje. Era muito bom os almoços de domingo na casa da TIA CRETIA, todos ao redor da mesa conversando, mas antes de tudo tinha a oração, para agradecer a DEUS o alimento que iríamos receber. JOSÉ YUNG, ARLETE YUNG, TEREZA YUNG, IGNEZ YUNG, MARTA YUNG, PAULO YUNG, CONCEIÇÃO YUNG E DANILO YUNG, esses são os nomes dos 08 filho da VÓ LUIZA citados acima. Íamos sempre visitar os outros tios ainda vivos e primos: TIA KATIA (CATARINA FRANCK KAPPEL), TIO BENJAMIN MÜLLER (VIÚVO CASADO COM A TIA COTA), e o TIO NICOLAU SCORALICK (CASADO COM A TIA MARGARIDA) e a TIA DORA (VIÚVA DO TIO CRISTIANO FRANCK), ela morava no bairro MONTE CASTELO. Desse pessoal todo sempre me vem a cabeça a alegria do encontro, o sentar ao redor de uma mesa para partilhar uma refeição, o agradecimento a DEUS pelo dom da vida e a figura de uma prima muito querida LUIZA MÜLLER ESTHER (LUIZA GORDA), morava na RUA SANTOS DUMONT – bairro Grambery. Era uma pessoa admirável, terna e sempre sorridente, todos os irmãos, filhos e sobrinhos quando ficavam sabendo que o primo ALFREDINHO de Petrópolis estavam na casa dela, acorriam para lá para aquele gostoso reencontro com muitas risadas e muita alegria.Iamos também na casa do ZÉ DOSE filho da TIA SOPHIA FRANCK, na Rua Bernardo Mascarenhas casado com a sempre lembrada CELINA KAPPEL DOSE. Um traço comum em todas as casas que se visitava o número grande de crianças todas muito loirinhas de olhos azuis. Minha mãe também tinha familiares em JUIZ DE FORA, o TIO HENRIQUE HENAUT (conhecido na INDUSTRIAL MINEIRA como Henrique alemão), no entanto era descendente de belgas. Ele morava no bairro BONFIM, e sua família também era numerosa, destaco a prima JOANA que era comadre de minha mãe.
Em Petrópolis morava a família WOLL da mãe de meu pai, e ahi aparecem alguns primos que sempre conviveram conosco, a GUILHERMINA WOLL MUSSEL, filha do TIO MATHIAS WOLL, seu esposo PAULO MUSSEL, sua filha IRENE MUSSEL e as filhas ELIZABETH e ANGELA; No Valparaíso ainda a prima EMA KRAUSS e JOÃO KRAUSS filhos de uma irmã de minha avó e no MORIN a prima HELENA KRAUSS CARDOSO DE LEMOS madrinha de meu pai e uma pessoa que guardo com muito carinho na minha lembrança, pois sempre ficava no HOSPITAL, com minha mãe quando ficava doente. Tinha muito contato com as primas LUZIA, JULIA E ADELAIDE (LAIDA WOLL) e JOÃO WOLL do bairro CASTELÂNEA.
Uma irmã de minha mãe a TIA LOURDES SCHIMELL, morava no bairro Duarte da Silveira. Ela era casada com o ANTONIO SCHIMELL (TIO TONINHO). Naquela época o bairro era só sítios onde se matava porco, fazia-se pão etc. Através dela fui conhecendo o BAIRRO DO BINGEM, Gostava muito da região do DEZESSETE, na entrada da Rua Darmstadt. Conheci nessa época graças a ELA, um acordionista chamado JORGE KAPPS. Meu pai que desde cedo me influenciava a tocar um instrumento, vislumbrou a possibilidade de que o JORGINHO me ensinasse a tocar acordeão. Ele morava na Rua Piabanha e me lembro muito bem da figura extraordinária de sua mãe DONA VITALINA. Quando comecei a aprender o instrumento ELA estava sempre presente e me falava num tal de FELIPE, que depois fui saber que era um pequeno chicote, que ela carinhosamente ameaçava pegar se a gente não aprendesse a VALSA ROSA MARIA. O JORGINHO, como todos o chamavam foi para o MÉXICO a ahi eu dois anos depois conheci a FAMILIA WINTER, que morava próximo ao ESPORTE CLUBE CENTENÁRIO. Todos músicos (PAULO, EDMUNDO, IVO E CARLINHOS WINTER). O Sr PAULO casado com a DONA ELISA e as filhas VERA e MARTA, era professor de música e com ele recomecei meus estudos. Foi ahi que conheci amigos muito queridos, como HILARIO MUNDSTAIN, LUIZ HENRIQUE E CARLOS FELIPE HEINEN, EVILAZIO PLUM, LUIZ, SEBASTIÃO E GUINA NOGUEIRA, CÉLIA WINTER, TEREZINHA HEINEN e outros tantos que comigo passaram a integrar a ORQUESTRA SHOW DE PAULO, que se apresentou por vários clubes da cidade, começando pela ESCOLA SANTA MARIA GORETTI, na Capela. Conheci também a família SCHOEN (SR ERNESTO E ELISA SCHOEN), moravam logo abaixo da família WINTER. Ele tocava violino e, aos poucos, fui tomando conhecimento que ele pertencia ao CLUBE 29 DE JUNHO. Nessa época o clube tinha um grupo de danças formado por casais acima dos 50 anos; era o GRUPO DE DANÇAS SAUDOSISTAS 29 DE JUNHO e o CORAL PEDRO HEES. Mesmo brigando comigo no início, SEU ERNESTO me chamou para acompahá-lo nas apresentações do grupo pela cidade. Ahi então conheci um grupo de pessoas maravilhosas com os quais convivi até me mudar para MACAPÁ-AMAPÁ. A família MOEBUS, ESSINGER, WINTER, BOLLER, e tantos outros; chegamos até nos apresentar no KLING SHOW, do saudoso SALVADOR KLING, da Mosela.
Nessas alturas já estava na idade de trabalhar, e consegui um emprego na COLEGIAL ROUPAS S/A, cujo gerente SR GOMES, era uma figura extraordinária; de origem portuguesa, nos ensinou sempre com muito humor o trabalho que realizávamos na empresa. Lá conheci a ADELISA, EDITH, RENILDA, LÚCIA, VERA, HELENICE, IRANI, VERA e SUZETTE, além do amigo PEDRO, que era meu vizinho na RUA FLORIANO PEIXOTO. Mais tarde sai da COLEGIAL, e fui trabalhar na empresa DECORAÇÕES DECOR LTDA, de propriedade do SR LEONARDO LORENZI, no escritório da Empresa e lá permaneci até a minha ida para o BATALHÃO D. PEDRO II, para cursar o NÚCLEO PREPARATÓRIO DE OFICIAIS DA RESERVA – NPOR – TURMA DUQUE DE CAXIAS.
Meu pai era um andarilho, acredito que tenha morado em mais de 10 lugares distintos em Petrópolis. Nasci no Valparaíso, seis meses depois fui morar na Mosela, onde vivi até os 07 anos, voltei para o Valparaiso onde morei nas ruas ROCKFELLER e MARCILIO DIAS, fui depois morar na RUA HIVIO NALIATO – SAMAMBAIA, morei na RUA JOSÉ BONIFACIO, FLORIANO PEIXOTO (VILA NOGUEIRA), DUARTE DA SILVEIRA, ESTRADA UNIÃO INDUSTRIA (ITAIPAVA), ESTRADA DO ITAMARATI e depois NA VILA MILITAR.
Começa então uma nova fase na minha vida. Ao cursar o NPOR, vislumbrei a possibilidade de prestar serviços ao EXÉRCITO BRASILEIRO, como Oficial temporário (R/2). Isto aconteceu no período de 14 de dezembro de 1970, até 10 de novembro de 1973. No 1 BC fui para a 1 CIA FZO, e ali permaneci todo o período. Convivi com amigos também muito queridos: MIRANDA, ESTEVÃO, FIORINI, PÉRCIA GOMES, BARROS, CHAGAS, MARINI, JUNIOR, CARLOS, e outros tantos com os Sargentos da época ARNALDO, MORAES, HEITOR, KRAUSS, MARCELO, O SUB-TEM PETRIZZI, entre outros não esquecendo do amigo COSTINHA, e do CAP JULIO e MOTA MENDES, (hoje todos na AMIRP e AVAMB). Em outubro de 1973 fiz concurso para ingresso na PM do TERRITÓRIO FEDERAL DO AMAPÁ, tendo sido aprovado para compor o núcleo pioneiro de oficiais daquela que foi a razão de minha ida para esta parte tão maravilhosa do nosso BRASIL, onde vivi por 20 anos.
Esta ida foi possível, porque em 1972 eu me casei com uma jovem de extraordinária visão de mundo, inteligente, estudiosa, de hábitos simples e também descendente de alemães DILZA MASSON, foi um namoro fulminante de apenas 07 meses, 04 meses de noivado e, finalmente o casamento em 29 de janeiro de 1972, na Igreja da Glória, onde aliás grande parte dos jovens da época se casavam. Graças a esta união tive forças para deixar toda essa história contada até aqui e começar uma outra história de vida. Em Macapá nasceram meus filhos, NILO JR, PATRICIA, MARCELO e PEDRO, na maternidade MÃE LUZIA, todos muito loirinhos e isto me fazia lembrar os tempos de criança, quando citei nesta matéria os loirinhos dos parentes de Juiz de Fora. Lá além da minha atividade profissional, pertenci ao movimento escoteiro, ingressei na ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE LIONS CLUBES – LIONS CLUBE MACAPÁ – CENTRO, levado pelo meu grande amigo e padrinho DR ALBERTO LIMA. Conheci todo o território desde o OIAPOQUE até o JARI, convivi com os caboclos da Amazônia e pude constatar quão grande era a sabedoria daqueles queridos CABUÇUS. Não agrediam o meio ambiente, apenas usufruíam das inúmeras benesses que a natureza exuberante daquela região lhes oferecia. Esta história vivida no Amapá vou contá-la em outro trecho deste site, pois aqui estou me referindo a vida como descendente de alemães.
Regressei a Juiz de Fora em 1994, e foi ahi que me propus a retomar as atividades que desenvolvia até ir para o Amapá. Fui morar no BORBOLETA,por alguns meses, aliás em Juiz de Fora, nasceu a minha filha raspa de tacho. A HANNY HELENA, em 1989, quando vim para realizar o CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS, na Polícia Militar de Santa Catarina. Meus filhos PATRICIA e PEDRO, já estavam integrados ao GRUPO DE DANÇAS FOLCLÓRICAS ALEMÃES SCHMETTERLING, recém fundado pela prima da Dilza GRAÇA SCHAEFER. Como pai fui aos poucos me integrando nesse movimento e tomando gosto pela causa. Em 1995 recomeçam as edições da FESTA ALEMÃ DO BORBOLETA, já sob a Coordenação da ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA BRASIL ALEMANHA. Nós participamos de todas elas até a XIV edição de 2008. Em 2001 fui convidado para fazer parte da diretoria da ASSOCIAÇÃO. Como II TESOUREIRO, recebi a tarefa de organizar a categoria MASTER do Grupo. Por isso mesmo EU e DILZA, fomos participar do CURSO DE DANÇAS FOLCLÓRICAS ALEMÃS DA III IDADE, em julho do mesmo ano,na Casa da Juventude de Gramado, e lá conhecemos amigos maravilhosos como a família KLEINE. Retornando a Juiz de Fora,nos juntamos a TIA ARLETE, CONCEIÇÃO, CIRLEY, VERA, OTÁVIO, LUIZ ANTONIO, CECILIA, HILARINA, SAMUEL, MARCELO FRANCK, VINICIUS E VALÉRIA, RITA , ZÉ CARLOS e estreamos na DEUTSCHES FEST deste mesmo ano. Erramos muito as músicas e o pessoal mesmo assim pedia bis; então tivemos que nos desdobrar para dançar igual pro pessoal não notar que a gente tinha errado.
Em 200l no final do ano, graças aos amigos que fizemos neste curso fomos convidados para dançar em IPIRA/SC na festa das lanternas. A Vera Schaefer (TIA VERA) ou VEROCA, conseguiu junto ao vereador JULIO GASPARETTI, um ônibus para levar o grupo e, no dia 06 de dezembro fomos 46 pessoas para IPIRA, as categorias JUVENIL, ADULTO e MASTER. Foi uma experiência maravilhosa vivida com esses jovens que nos impulsiona e aceitar esses desafios. Um detalhe muito importante marcou esta apresentação. A ARLETE nossa integrante do MASTER, foi trocar de roupa para colocar o TRAJE, e saiu pela pista do Ginásio para se juntar aos demais integrantes. A minha filha HANNY que dançava no juvenil, chamou a TIA ARLETE, bem baixinho e falou pra ELA. “ TIA A SENHORA ESQUECEU DE TIRAR A CALÇA CUMPRIDA PRETA QUE A SENHORA ESTAVA VESTIDA”. Foi ahi que nós percebemos que ela estava com a calça cumprida por debaixo do traje. Foram muitas as viagens que fizemos com o Grupo, Para Belo Horizonte na BEER GARDEN, em OURO BRANCO = FESTA DAS ETNIAS, em Santa Maria do Jetibá para o FESTIVAL DE GRUPOS FOLCLÓRICOS, em Petrópolis em várias edições da BAUERNFEST. Fomos participar de mais três cursos da terceira idade na Casa da Juventude, respectivamente nos anos de 2003, 2006 e 2007, e ahi fizemos uma grande amizade com uma pessoa de extraordinária inteligência e bondade chamada JULIANA KLOSS. Graças a esta amizade nos foi possível trazer o GRUPO ALT HEIMAT de Curitiba, para dançar na DEUTSCHES FEST 2004. Em 2005 conheci JORGE WOLFGANG GLOBIG-PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DOS CENTROS DE CULTURA ALEMÃ NO BRASIL, em Blumenau, durante a realização do III ENCONTRO DAS COMUNIDADES ALEMÃS DA AMÉRICA LATINA. Foi então que tomei conhecimento da importância deste evento nascido em Montevidéu em 2003,pelo ideal de PIETRO SANDRO ´POLLY, brasileiro que vive no Uruguai e que sendo descendente de Italiano aceitou o desafio de coordenar o I ECAAL. Nesse evento participei da minha primeira OKTOBERFEST. Toda a grandiosidade desta festa, me fez sentir que as nossas festas de PETRÓPOLIS e JUIZ DE FORA, não devem nada a nenhum evento do gênero. Em junho de 2006 recebo um telefonema do GLOBIG, para conversar com as entidades de cultura alemã de Petrópolis, pensando na realização do VI ECAAL em Petrópolis e Juiz de Fora. Fui ao IV ECAAL em Paraná na Argentina, e lá graças a extrema generosidade do amigo RUDOLF HEPE, vice presidente da FEDERAÇÃO DE ASSOCIACIONES ARGENTINO GERMANICAS-FAAG, tive o privilégio de representar as minhas duas cidades com a palestra PETRÓPOLIS E JUIZ DE FORA – 148 ANOS DE INTEGRAÇÃO E COLONIZAÇÃO ALEMÃ, baseada numa matéria publicada na REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO DE PETRÓPOLIS, do escritor FRANCISCO VASCONCELLOS, sobre as muitas semelhanças na história das duas cidades. No final deste encontro fomos sondados sobre a possibilidade de realização do VI ECAAL, em Juiz de Fora. Regressando a cidade entrei em contato com os amigos do INSTITUTO TEUTO-BRASILEIRO WILLIAM DILLY, para uma parceria sobre este evento. Recebendo o sinal verde dos amigos JOSÉ ROBERTO DILLY e RITA COUTO, iniciamos juntos os contatos com a Prefeitura de Juiz de Fora e outras entidades para a realização do evento. Foram dois anos de visitas a vários estados brasileiros, a países da América do Sul, como Paraguai, Argentina e Venezuela, a estados como Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram dois anos de constantes visitas aos órgãos governamentais do município, a Belo Horizonte no consulado alemão na cidade. Montamos um projeto muito bem estruturado, e graças a Deus conseguimos organizar e realizar um evento com 36 palestrantes, uma viagem a Petrópolis, além da Estação São Pedro que foi o local escolhido para a realização do VI ECAAL. Estivemos em Tovar em novembro de 2007, levando todas as informações do evento, quando da realização V ECAAL, enfim todas as providências necessárias. Passado o encontro nos resta continuar persistindo no ideal de passar adiante as tradições deixadas por nossos antepassados. Todas as atividades tinham como objetivo comemorar os l50 anos da imigração germânica para a nossa cidade. Em suma esta foi a nossa vida até agora, sempre em busca de um ideal e sempre se renovando em busca desses ideiais.´