Primário "em duas línguas".

Nilo Franck

Nilo

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Educar crianças em duas linguas, não é novidade. Sabemos que na Suiça o jovem fala, no mínimo, alemão-suíço, francês e mais algúm dialeto. A população fronteiriça Brasil-Uruguai-Paraguai fala com desenvoltura português e espanhol. Nas fronteiras com as Guianas, fala-se além do português, também inglês e francês. Porquê isto? Di-se-ia, porque os povos vizinhos têm interesses comerciais em comum, portanto, quando há algum interesse real entre as pessoas, elas aprendem as diferentes linguas sem maiores problemas.


Partindo da premissa de que boa parte dos moradores de Borboleta (Schmetterling) têm interesse na cultura alemã, (as motivações são particulares e não nos interessam aqui), podemos assumir, que suas crianças enfrentarão menos dificuldades no aprendizado primário e médio nas duas linguas; português e alemão.


Minha presença na cidade não é um acaso, nasci aqui. Vivi 30 anos de minha vida na alemanha aprendendo arte ( me formei primeiro ator na Hoschule für Musik und Theater Hamburg) e pedagogia (Institut für Waldorfpädagogik Witten-Annen), principalmente como ensinar alemão a brasileiros, mas, sobretudo, aprendendo a ensinar. Sou formado Euritmista e professor de ensino primário e medio em escolas chamadas “Waldorf”. A Antroposofia é a base pensamental que norteia a Pedagogia Waldorf, direção filosófica posta no mundo por Rudolf Steiner nascido austríaco, a Antroposofia hoje é conhecida em todo o mundo pelas suas obras na pedagogia, agricultura, medicina e até na política (movimentos ecológicos) e dissemina assim, o que podemos chamar de cultura alemã no verdadeiro sentido hodierno das palavras.


O que os jovens vão fazer com suas habilidades, uma vez escolados nas duas linguas, foge totalmente ao meu controle, ou de qualquer outra pessoa. Meu objetivo é dar-lhes ferramentas que as ajudem a entrar na vida adulta de maneira digna e destemida para serem na vida o que tiverem de ser. Hoje não é mais difícil olhar além do horizonte, a dificuldade agora é entendermos o que vemos.


Por Jorge Brunis

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