Nobreza Alemã no Brasil

Nilo Franck

Nilo

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NOBREZA ALEMÃ NO BRASIL: HOMENAGEM À CIDADE IMPERIAL DE PETRÓPOLIS


Jorge Wolfgang Globig


Membros da nobreza alemã chegaram ao Brasil desde os primórdios do Brasil Colônia. Foi um fluxo que iniciou em 1532, seguiu todo o período colonial, numericamente alcançou o seu apogeu durante o império, talvez em decorrência de que a monarquia brasileira ter tido fortes vínculos com casas reinantes alemães na Europa, ficando reduzido após a proclamação da república.


Nobres alemães - e gostaríamos de reafirmar de que o termo alemão é utilizado para se referir a todas regiões de fala e cultura alemã na Europa, sem levar em conta os limites políticos - chegaram aqui como imigrantes, outros permanecendo temporariamente. Para uma melhor apresentação, dividimos a presença nas diversas etapas da história brasileira.


1) Início colonização portuguesa (século XVI)


Na comitiva de Martim Afonso de Souza, em 1532, vieram alemães, entre os quais se destacou JOHANN VON HÜLSEN, que construiu o primeiro engenho de açúcar, tocado a água, em São Vicente, que durante muito tempo foi o engenho mais importante do país.


ERASMO SCHETZ em 1550 adquiriu engenhos em São Vicente. Seu filho GASPAR SCHETZ continuou a ter grandes propriedades industriais e relações comerciais com o Brasil, e como BARON VON WESEMAEL e HERR VON GROBBENDONCK pertenceu à nobreza alemã. Embora não vivesse no Brasil, tiveram uma fundamental importância para o desenvolvimento da lavoura da cana de açúcar e seus engenhos em São Vicente.


Já em Pernambuco, onde se desenvolveu de forma excepcional o cultivo da cana de açúcar, em 1535 chegou na comitiva de Duarte Coelho, fundador da colônia, um jovem nobre alemão ARNAU VON HOLLAND, filho do BARON VON RHEINBURG. Sua mãe era irmã do Papa Adriano VI. Casou aqui com Brites de Vasconcelos, dama portuguesa de alta linhagem, tornando-se o patriarca da grande família brasileira Holanda. Formou extensas plantações de cana de açúcar e construiu dois engenhos, adquirindo grande prestígio entre os contemporâneos pernambucanos.


Desde o início os índios caetés lutavam contra os colonizadores portugueses em Pernambuco e em 1549 atacaram Iguaraçú, perto de Olinda. Tendo apartado em Olinda uma nau portuguesa bem apetrechada, contando como artilheiro Hans Staden, alem de HANS VON BRUCHHAUSEN, a tripulação conseguiu manter os índios em xeque até que desistiram do sítio, eliminando o grave risco para a jovem colônia.


2) Brasil holandês (século XVII)


De 1630 a 1654 os holandeses, através da Companhia das Índias Ocidentais, conquistando Pernambuco, formaram a colônia holandesa no Brasil. Inicialmente o exército holandês foi comandado pelo coronel VON WERDENBURCH, sucedido pelo general SIGISMUND VON SCHKOPPE (HERR VON KREBSBERGEN UND GROSS-COTZEN), natural da Silésia. Em 1640 estabeleceu em Recife uma fundição e oficina mecânica, primeiro empreendimento dessa natureza no Brasil, onde se fabricavam armas e ferramentas agrícolas.


Em 1637 chegou ao Recife como "Governador-Capitão e Almirante-General" o conde JOHANN MORITZ VON NASSAU-SIEGEN-DILLENBURG, filho de notável família nobre do Hessen, aparentado com a dinastia Orange que governava a Holanda. Não cabe neste trabalho relacionar os feitos do governante Moritz Von Nassau, que governou até 1644, posteriormente agraciado na Alemanha com o titulo de Príncipe Imperial (Reichsfürst). Alem de brilhante militar, destacou-se como estadista, construtor da moderna cidade do Recife, onde criou o primeiro jardim botânico e zoológico de toda a América, introduziu a policultura na lavoura, exerceu uma tolerância religiosa até então desconhecida aqui, inclusive na Europa. Incentivando a ciência e cultura, trouxe consigo uma grande comitiva de sábios e artistas oriundos das diversas regiões da Alemanha e Holanda, que prestou inestimáveis serviços. Após sete anos de profícua administração, não concordando com o espírito colonialista dos diretores holandeses da Companhia, retomou à Europa. Ressalte-se que após a saída de Nassau os holandeses somente ainda mantiveram o controle de seu território por mais sete anos, sendo expulsos em 1654.


3) Religiosos no Brasil Colonial (século XVIII)


Entre os religiosos no período colonial tiveram destaque os integrantes da Ordem da Companhia de Jesus. Como declarou o historiador Capistrano de Abreu, não se poderá escrever a história do Brasil, sem que se leve em consideração a história dos jesuítas. Jesuítas alemães aqui chegaram, e, entre eles se destacaram religiosos descendentes de famílias nobres. O missionário jesuíta alemão mais notável foi o padre ANTON SEPP VON UND ZU RECCHEGG, conhecido como Antônio Sepp, nascido em 1655 no Tirol do Sul, falecido em 1733 na redução de São José no sul do Brasil. Após sua ordenação viajou em 1691 como missionário a América do Sul, atuando em território argentino e no Rio Grande do Sul. Dirigiu a missão São Miguel e posteriormente fundou a redução São João Batista. Era familiarizado com todas as artes, dispunha de muita capacidade como médico, construiu igrejas monumentais, ornamentando-as com obras-prima de escultura, fundou em São João Batista o maior dos colégios e a mais espaçosa das igrejas nas Sete Missões, construiu um forno de fusão e uma fundição, foi músico e professor de música, educando músicos para todas as aldeias indígenas da região (o canto e a música ao seu tempo atingiu alto grau de perfeição), fabricava, com cooperação dos índios, instrumentos então usados na Europa, inclusive um órgão para a igreja. Manoelito de Ornelas escreveu sobre o missionário jesuíta tirolês "Sepp não foi menor do que Anchieta, em se levando em conta a sua obra missionária e civilizadora no Rio Grande do Sul".


4) Final do Brasil Colônia e Primeiro Império (séculos XVIII e XIX)


A delimitação das fronteiras norte do Brasil foi iniciada em meados do século 18. Entre os técnicos europeus contratados, participa o alemão ADAM LEOPOLD VON BREUNING, mas que já após cinco anos veio a falecer em Belém em fins de 1759.


Na fase final do período colonial destacou-se como militar e principalmente como administrador JOAO CARLOS AUGUSTO VON OYENHAUSEN, nascido em 1776 em Portugal, filho de um conde westfaliano a serviço na corte de Lisboa. O jovem Oyenhausen, com carreia militar, foi mandado em 1802 ao Brasil como governador do Ceará, que governou com eficiência até 1807, quando foi designado para governar Mato Grosso. Foi o verdadeiro organizador dessa província, ampliou os serviços de saúde, transferiu a capital para Cuiabá. Promovido em 1818 por Dom João VI como brigadeiro, em 1819 foi transferido para São Paulo na condição de governador. Em conseqüência da evolução dos acontecimentos políticos, renunciou ao governo, para em seguida ser eleito como presidente da junta governativa paulista, dando suporte ao movimento da independência brasileira em 1822. Posteriormente foi ministro de Dom Pedro I em 1827, 1828 e 1831.


Outro militar nascido em 1788 em Lisboa, filho de militar alemão e mãe portuguesa, CONRADO JACÓ VON NIEMEYER, veio ao Brasil em 1809, tendo sido transferido em 1815 para Pernambuco como 2° tenente, onde combateu o movimento sedicioso de 1817 e em 1821 organizou a defesa da costa nordeste brasileira contra eventuais ataques de tropas portuguesas. Comandante no Ceará combateu os revolucionários, mantendo-se fiel ao imperador Dom Pedro L


WILHELM LUDWIG BARON VON ESCHWEGE, nascido em 1777 na Alemanha, a serviço do governo português para criar uma siderurgia, transferiu··se ao Brasil, onde atuou na siderurgia em São Paulo. É considerado criador da indústria pesada. Em Minas Gerais se preocupou com a mineração de ouro e de chumbo. Mais tarde aí atuou outro propulsor da mineração moderna de ouro o austríaco VIRGÍLIO HELMREICHEN VON BRUNNFELD.


Sobre a importância da arquiduquesa LEOPOLDINA VON HABSBURG, primeira esposa do imperador Dom Pedra T responsável pelo início da imigração alemã e a vinda de numerosos cientistas e artistas alemães ao Brasil, no âmbito desta palestra não cabem maiores considerações


Pouco mais de dois anos após a morte de Dona Leopoldina, o imperador Dom Pedra I casou em 1829 com a princesa AMÉLIA VON LEUCHTENBERG, nascida em 1812, filho do general napoleônico Eugenio de Beauharnais e uma princesa da Bavária. Como Dom Pedro I foi obrigado a abdicar como imperador em 1831, foi Dona Amélia imperatriz do Brasil por tão somente dois anos.


O general alemão GUSTAV HEINRICH VON BRAUN, após servir nos exército inglês e português, em 1826 foi contratado para o exército brasileiro como marechal de campo, posteriormente nomeado como chefe do estado-maior. Teve atuação destacada nas operações militares no sul do país nas campanhas no Uruguai e Argentina. Nesta guerra um esquadrão de 85 lanceiros alemães estava sob o comando do capitão LUDOVICO VON QUAST.


GEORG ANTON VON SCHAEFFER, médico alemão a serviço do czar da Rússia, foi elevado por este à nobreza. Chegou ao Brasil em 1818 e 1821, quando conheceu Dona Leopoldina e Dom Pedro I, que o promoveu a major. Enviado para a Alemanha, concretizou a vinda ao Brasil de imigrantes alemães, que viriam a fundar em 25 de julho de 1824 a colônia de São Leopoldo.


Outro nobre alemão, médico a serviço da Rússia, GEORG HEINRICH BARON VON LANGSDORFF, veio ao Brasil pela primeira vez em 1803, participando da expedição promovida pelo imperador russo. Voltou em 1813 como cônsul geral russo no Brasil, trabalhando muito como naturalista e pesquisador. Em sua fazenda realizou experiências agrárias, plantando café em grande escala, efetuando estudos meteorológicos e botânicos em benefício da agricultura brasileira.


Neste período chegaram ao Brasil vários cientistas nobres alemães como LUDWIG VON RANGO e THEODOR VON LEITHOLD (1819/20) com suas descrições de viagens na província do Rio de Janeiro, o botânico F. E. L. VOPN FISCHER, que junto com Von Langsdorff classificou uma grande variedade de plantas e o herborista WILHELM FRIEDRICH BARON VON KAWINSKY.


Antes, de 1815 a 1817, MAXIMILIAN FÜRST VON WIED-NEUWIED, realizou longa viagem de estudo da fauna e flora, observações geográficas e etnológicas. Várias publicações científicas relataram as pesquisas deste príncipe alemão, que no Brasil usou o nome de Max Von Braunsberg.


Também neste mesmo período chegou ao Brasil o músico e compositor austríaco SIGISMUND RITTER VON NEUKOMM em 1816, permanecendo até 1821. Atuou como professor de música, tendo como discípulos a Dom Pedra I e sua esposa. Introduziu no Brasil a valsa e a música clássica alemã e foi o pioneiro na utilização de temas folclóricos brasileiros.


O pintor berlinense KARL WILHELM VON THEREMllN, que veio ao Rio de Janeiro como comerciante, foi posteriormente cônsul geral da Prússia, com várias obras pouco conhecidas.


Mas os dois maiores expoente naturalistas alemães que acompanharam a comitiva de sábios e artistas da arquiduquesa Leopoldina, foram J0\RL FRIEDRICH PHILIPP VON MARTIUS, botânico, e JOHANN BAPTIST A VON SPIX, zoólogo, destacados pelo rei da Bavária para realizar as explorações científicas no Brasil Chegaram ao Rio de Janeiro em 1817, iniciando no ano seguinte a grande viagem pelo interior do Brasil (São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Nordeste, Pará e Amazonas), retomando à Alemanha em 1820. Von Martius colecionou 6.500 variedades da flora e Von Spix 85 espécimes de mamíferos, 350 aves, 130 anfíbios, 116 peixes, 2.700 insetos, 80 aracnídeos e 80 crustáceos. Após a morte prematura de Von Spix, coube a Von Martius sozinho completar a obra. Além de várias publicações científicas, a obra primordial de Von Martius foi o livro de botânica "Flora Brasíliensis", em 40 volumes, na qual trabalhou por 28 anos. Ainda hoje é obra fundamental para qualquer pesquisa no setor da botânica.


5) Segundo Império (século XIX)


A partir deste período começa a se refletir a contribuição efetiva da colonização alemã no país.


Na Revolução Farroupilha que ocorreu por uma década no Rio Grande do Sul (1835­45), embora a grande maioria dos colonos de São Leopoldo manteve-se fiéis ao Império, entre os poucos alemães que aderiram à causa republicana, está o capitão HERMANN VON SALISCH. No outro lado o tenente HANS WILHELM VON MORSEY planeja e executa em 1836 o ataque a Porto Alegre, retomando a capital para os imperiais.


Como diretor de colônias tem KARL VON SCHWERlN (Santa Cruz do Sul), KARL HERMANN BARON VON KAHLDEN (colônia Santo Ângelo, hoje Agudo), posteriormente deputado provincial do Rio Grande do Sul, o austríaco FELIX VON SCHWERDTNER (Marcelino Ramos), BARON VON SCHNEEBERG e BARON VON KLITZING (ambos Brusque, Se).


Na guerra contra Rosas da Argentina destacaram-se o major BARÃO VON LIMMERS, o capitão VON EHRENKREUTZ, o tenente coronel VON DER HEYDE, o capitão CONDE VON HERZBERG, e o capitão VON MARWITZ.


Posteriormente, na Guerra do Paraguai, destacaram-se o 10 tenente RUDOLF SCHIMMELPFENNIG VON DER OYE, capitão VITOR VON GILSA e GUIDO VON SECKENDORF, comandantes do contingente voluntário de Blumenau, 10 sargento GUILHERME VON STEUBEN, tenente RO!\.1AN BARON VON ZACH, oficial de artilharia MA YER VON REISWlTZ e o oficial da marinha ANTONIO LUIZ VON HOONHOLTZ, comandante da canhoneira Araguari, participante em diversos combates. Posteriormente realizou pesquisas hidrográficas, considerado o criador da hidrografia brasileira.


Entre os exploradores alemães que aqui passaram nesta época temos o príncipe ADALBERT VON PREUSSEN (sobrinho do rei da Prússia), que após cumprimentar a Dom Pedro lI, partiu para o rio Amazonas (1842/43), sendo acompanhado dos condes VON ORIOLA e VON BISMARCK, barão VON WALERHAUSEN e de LÉON VON THEREMIN. A princesa TERESA VON BAYERN, com profundos conhecimentos científicos, percorreu a Amazônia, Rio de Janeiro e São Paulo, publicando a obra "Minha viagem pelos trópicos brasileiros".


Em 1859/60 o arquiduque MAXIMILIAN VON HABSBURG, futuro imperador do México, em companhia do cientista austríaco HEINRICH WAWRA RITTER VON FERNSEE, realiza viagem de exploração no Amazonas. O ornitólogo austríaco AUGUST VON PELZELN atuou aqui. O Brasil Central foi pesquisado pelo etnólogo KARL VON DEN STEINEN, descobridor das nascentes do rio Xingu, acompanhado pelo seu primo WILHELM VON T1EN STEINEN, pintor e desenhista.


O engenheiro OSCAR VON TROMPOWSKY, alemão-báltico de Riga, trabalhou na década de 1870 na estrada de ferro entre o Rio de Janeiro e São Paulo, assim como o engenheiro OSCAR VON MEIEN na ferrovia Curitiba - Paranaguá.


Como professores no Rio de Janeiro atuaram KARL ROBERT BARON VON PLANITZ, e o ex-Brummer KARL JANSEN (filho de uma princesa de Wied Neu­wied), inclusive professor dos príncipes imperiais.


A grande personagem teuto-brasileira foi o jornalista e político sulriograndense KARL VON KOSERRITZ. Nascido em 1834 na Alemanha, chegou em 1850 no Rio Grande do Sul. Atuando em jornais, desde logo começou a ocupar liderança entre os teutos na província, notadamente nos centros urbanos. Pelas suas idéias liberais, lutou pela supressão da escravidão, pelo incremento da imigração européia. Torna-se líder dos teuto-brasileiros, ingressando na política da província, elegeu-se deputado provincial do Rio Grande do Sul, junto com outros três de origem alemã. Apesar de ser ele próprio imigrante, pensava e sentia ele como brasileiro, que tinha em vista tão somente o progresso do país. Sem renegar as suas origens, da qual se orgulhava, através de seu engajamento no partido liberal, conseguiu concretizar que pela lei eleitoral de 1881 foi outorgada aos naturalizados e protestantes a elegibilidade sem restrições.


Após a proclamação da República, em virtude de suas ligações com Gaspar da Silveira Martins, foi levado preso para o Rio de Janeiro, aonde viria a falecer.


6) República (desde fim século XIX)


Já agora o número de pessoas oriundas da nobreza alemã ficou bastante reduzido. No fim do século 19, EDGAR VON BÜTTNER criou em Brusque (SC) uma pequena fábrica de bordados, que já durante a Primeira Guerra Mundial se transformou em importante fábrica têxtil.


Como destacado naturalista é citado o alemão HERMANN VON IHERING (formado em medicina), que atuou no Rio Grande do Sul e São Paulo, onde exerceu a chefia do Museu Paulista do Ipiranga. Em decorrência da Primeira Guerra Mundial foi destituído em 1916 de suas funções. Retirou-se para Santa Catarina e depois para a Argentina e o Chile, retomando em 1920 para a Alemanha, aonde veio a falecer em 1930 aos 80 anos. Foi também naturalista seu filho RUDOLFO VON IHERING, nascido em Taquara (RS), especialista em ictologia. Trabalhou junto ao seu pai, retirando-se também em 1916 do Museu Paulista. Voltando ao serviço público, a exemplo de seu pai, também publicou importantes trabalhos científicos. Colaborador no Museu Paulista foi outro naturalista alemão GUSTA V VON KÓNIGSWALDT.


O geólogo BRUNO BARON VON FREYBERG percorreu de 1925 a 1929 Minas Gerais, publicando obras de seus estudos geológicos e mineralógicos. Antes, o geólogo JOSEF VON SIEMlRADZKI percorreu os estados sulinos, publicando os resultados de seus estudos em Viena. O zoólogo STANISLAU PROWAEK EDLER VON LANOY atuou no Instituto Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro. O austríaco RICARD RITTER VON WESTERSCHElM-WETTSTEIN, botânico, participou de expedição botânica no sul do Brasil no início do século XX.


Em 1919 o último dirigente do Instituto Geográfico Militar de Viena ARTUR BARON VON HÜBL chegou ao Rio de Janeiro, por convite, para organizar o Serviço Geográfico Militar. O engenheiro HERBERT VON BREUER dirigiu obras de construção de linhas ferroviárias em São Paulo.


A aviação brasileira, mais especificamente a empresa VARIG, fundada por alemães após a Primeira Guerra Mundial, contratou o técnico em aviação CLAUS CRAMER VON CLUSBRUCH, que contribuiu para o desenvolvimento da empresa.


7) Considerações Finais


Com este levantamento, que naturalmente não pretende ser completo, pode ser constatado que no contexto da imigração e presença alemã no Brasil, o contingente de nobres alemães foi significativo. Deixamos de mencionar pessoas descendentes da nobreza alemã da atualidade, que vivem nos diversos estados brasileiros. Ainda cabe indicar algumas diferenças entre a estrutura da nobreza alemã e a nobreza brasileira, surgida nos quase 70 anos da monarquia nacional. Nos países de fala alemã a nobreza, tanto a alta como a baixa, acrescenta ao seu nome o "Von" (indicador de nobreza), é hereditária, enquanto no Brasil, com exceção da dinastia imperial, não passava de pai para filho. Em tese, o título nobiliárquico brasileiro era um mérito pessoal, aliás, sempre vinculado ao título de barão, visconde, marques ou duque.


Entre os agraciados com título de nobre pelo Império Brasileiro encontramos vários de origem alemã, incluindo até pessoas que já traziam título da nobreza alemã:


 


FRANZ ADOLF VON V ARNHAGEN (Visconde de Porto Seguro)


JOHANN KARL AUGUST VON OYENHAUSEN (Marques de Aracati)

FELISBERTO CALDEIRA BRANT (Marques de Barbacena)


ANTONIO LUIS VON HOONHOL TZ (Barão de Tefé) GUILHERME SCHÜCH (Barão de Capanema).



Por Jorge Wolfgang Globig

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