HISTÓRICO DAS IGREJAS

- IGREJA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA JUIZ DE FORA
- COMUNIDADE EVANGÉLICA LUTERANA DE JUIZ DE FORA E PETRÓPOLIS
- IGREJA SANTO ANTONIO DO ALTO DA SERRA EM PETRÓPOLIS
- IGREJA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS EM PETRÓPOLIS
- IGREJA SÃO VICENTE DE PAULO

Nilo Franck

Nilo

08/08/13 - 01:15

IGREJA NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
Sempre que vinha em Juiz de Fora, ainda criança, ouvia os mais velhos falarem sobre casamento dos parentes e amigos na IGREJA DA GLÓRIA. Na minha lembrança vem o ano de 1961, quando de terno e gravata, eu assisti ao casamento do JOSÉ ALTAMIRO E SONIA no dia 31 de dezembro de ..... na Igreja da Glória. Anos depois também eu e Dilza no dia 29 de janeiro de 1972, nos casamos na mesma IGREJA, repetindo o mesmo gesto de tantos parentes e amigos , como os avós de Dilza HENRIQUE e FRIDA SCHAEFER:
GUILHERME e LUIZA YUNG;
ROBERTO e ELZIRA SCHAEFER;
ALAIR e ILDA MASSON;
NILSON e EUFRIDA SCHÄFER;
JACI e HILDA SCHAEFER;
RUI e HERNA VIANELLO;
ADILSON e JOCÉLIA SCHAEFER;
DANILO e VERA KIRCHMAIR;
ALUISIO e IONE;
JACOB e IGNEZ SCHAFFER;
EDVARD e MARTA;
PAULO e MARIA YUNG;
DANILO e JACIRA YUNG;
EMILIO e ELISA TEIXEIRA DE SOUSA.
Obs. Todos os casais citados acima pertencem a nossa família, minha e da Dilza.
Em suma todos os casamentos realizados na BORBOLETA 99% deles aconteceram na Igreja da Glória, cuja história foi maravilhosamente contada no livro NOVENA EM HONRA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA, distribuído na Igeja no último mês de agosto, quando das comemorações alusivas ao DIA DA PADROEIRA, cujo trecho transcrevemos a seguir, numa homenagem a esta secular paróquia, tão importante nas vidas de nossos familiares e amigos do bairro.
A cidade de Juiz de Fora, desde a fundação em 31 de maio de 1850, foi constituída pela Paróquia de Santo Antonio, vinculada à Diocese de Mariana. Com a chegada dos imigrantes alemães e a instalação da COLONIA DOM PEDRO II,houve a necessidade de oferecer assistência religiosa aos novos fiéis. Para isto, em 1858 , foi criada a CAPELANIA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA, tendo a CIA UNIÃO E INDUSTRIA construído uma pequena capela no local que hoje tem por endereço, a Rua Mariano Procópio, 871. Mais tarde, a empresa doou um terreno no MORRO DA GRATIDÃO (HOJE MORRO DA GLÓRIA) para a construção de uma Igreja e de um cemitério. A construção começou em junho de 1878 e sua consagração ocorreu em 15 de agosto de 1883. Este templo estava localizado em frente à atual Igreja e fora apelidado pelo povo de “IGREJA DOS ALEMÃES”.
Corria o ano de 1893... Na Diocese de Mariana, Dom Antonio Ferreira Viçoso e, posteriormente, Dom Silvério Gomes Pimenta tinham desenvolvido exaustivo esforço visando trazer os Redentoristas para o Brasil. Seus objetivos vieram a se concretizar em 06 de julho de 1893, com a chegada a Mariana dos padres MATHIAS TULKENS ( S (CSsR) e FRANCISCO XAVIER LOHMEYER (CSsR), que vieram escolher o local da missão. Os estudos indicaram JUIZ DE FORA e, no dia 06 de dezembro de 1893, PADRE MATHIAS chega a JUIZ DE FORA, para instalar a casa redentoristA. Em 20 de janeiro de 1894, DOM SILVÉRIO promoveu a CAPELANIA a CURATO e o confiou Á CONGREGAÇÃO DO SANTÍSSIMO REDENTOR. Era o início de um belo, profícuo e incessante trabalho, inspirado nos ensinamentos de Santo Afonso, que até hoje perdura. Como os CURATO foi determinado abrir LIVROS DE TOMBO, batismo, casamentos e óbitos, este então passou a funcionar como Paróquia. Em 1 de fevereiro de 1924, com a criação da DIOCESE DE JUIZ DE FORA, desmembrada da DIOCESE DE MARIANA, pela primeira vez, o curato recebe oficialmente a denominação de PARÓQUIA integrante da nova Diocese. Com o rápido crescimento da população, o antigo templo mostrou-se pequeno e teve início, em junho de 1920, a construção do atual templo, cujo projeto arquitetônico foi inspirado na IGREJA CATEDRAL DE SPYRA, segundo desenho do IRMÃO WERENFRIDO VOGELS (CSsR) e cuja consagração ocorreu em 1924. Em outubro de 2000, a IGREJA DA GLÓRIA foi tombada como patrimônio histórico municipal..

COMUNIDADE EVANGÉLICA LUTERANA DE JUIZ DE FORA E PETRÓPOLIS
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A família FRANCK é de origem católica. No entanto muitos jovens colonos germanicos recém chegados a Juiz de Fora foram se casando com jovens de famílias também de colonos e muitas vezes acontecia matrimônios com nubentes de religiões diferentes. Assim aconteceu com o jovem MARTINHO FRANCK, já nascido no Brasil, e que logo cedo imigrou para Petrópolis, sonhando com uma vida melhor. Lá conheceu a sua CATARINA WOLL, de origem luterana com quem se casou.. Segundo relatos da família este casamento aconteceu na Igreja Luterana de Petrópolis Porém o seu filho ALFREDO MARTINHO FRANCK já foi batizado na Igreja Católica, daí eu ter sido criado na religião católica. O jo GUILHERME FRANCK, irmão do meu avô também nascido no Brasil, casou-se com a sua TEREZINHA MUNCK de origem luterana, e com certeza viveram muito bem até a sua morte em 1956. Nessa época ainda com 06 anos pude viver uma experiência muito bonita de acompanhar a TIA TEREZINHA, aos cultos da IFREJA LUTERANA DO BAIRRO BORBOLETA, realizados nos domingos as 0900 horas. Sempre que vinha a JUIZ DE FORA, era convidado por ELA para acompanhá-la. Da mesma forma em Petrópolis sempre acompanhei a TIA LUIZA WOLL MOLTER, irmã de minha vó paterna que criou o meu pai, já que seus pais faleceram muito cedo. ELA como seu esposo JACOB MOLTER era luterana, e aos domingos ia ao culto na IGREJA DE PETRÓPOLIS. Muitas vezes EU saia da IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, da missa das 0800 horas e os acompanhava ao culto luterano das 0900 horas. Dessa forma nasceu uma convivência muito fraterna com os irmãos da confissão luterana, hoje sempre que posso participo do CULTO LUTERNO DAS 0900 HORAS da Igreja Luterana de Petrópolis, e lá encontro amigos muito queridos e até parentes. A prima NILZA KRAUSS ABRAÃO, os amigos PAULO ROBERTO, EMYDIA, A TIA VENIR E O ESPOSO e outros. Fui inclusive convidado a participar das comemorações dos 164 anos da IGREJA LUTERANA DE PETRÓPOLIS recentemente.
Merece destaque especial o livro “COMUNIDADE EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA EM JUIZ DE FORA – 140 ANOS DE HISTÓRIA”, que retrata a caminhada da IGREJA LUTERANA DE JUIZ DE FORA desde 1862. O livro foi escrito por OSCAR KAPPEL. Num dos trechos do livro ele relata: ... “ Por ocasião da inauguração da ‘RODOVIA UNIÃO E INDÚSTRIA’, em 23 de junho de 1861, aqui veio o IMPERADOR DOM PEDRO II e sua augusta família. Uma comissão de luteranos formada pelos senhores HEINRICK JULLIUS GRIESE, PETER SCHUBERT, ANTON MUNCK, CHISTIANO LEMPKE, PEDRO GERHEIN E MAX ENGEL solicitou ao Imperador a presença de um pastor para oficiar os cultos, a qual foi atendida pelo Monarca. Lembraram também a ele que a CIA UNIÃO E INDÚSTRIA não teria cumprido a condição sexta do contrato de importação de mão de obra, que falava sobre a construção de uma casa de oração. Em virtude da extinção da COLONIA D PEDRO II, oficialmente em 30 de junho de 1885, as pretensões dos EVANGÉLICOS foram atendidas com a doação do cemitério, da escola e do terreno tão sonhado, para a construção de seu templo. MAIS ADIANTE ... Sua inauguração está datada de 10 de maio de 1886, situada na atual RUA GENERAL GOMES CARNEIRO. Mais tarde em 30 de junho de 1935 era inaugurado a CAPELA DE SÃO PEDRO a mais antiga, conservada até o momento e em 25 de novembro de 1962 a CAPELA DO BORBOLETA . Em 16 de abril de 1967 a CAPELA DO MUNICIPIO DE MAR DE ESPANHA, distante 58 km de JUIZ DE FORA.

IGREJA DE SANTO ANTONIO DO ALTO DA SERRA EM PETRÓPOLIS
Em 21 de outubro de 1901, DOM FRANCISCO DO REGO MAIA-BISPO RESIDENTE em Petrópolis, benzeu a pedra fundamental da futura Igreja. A obra foi concluída a 19 de junho de 1905 e sagrada por DOM JOÃO BRAGA. A paróquia de Santo Antonio foi criada em 06 de maio de 1933. Quando visito esta IGREJA, me vem a lembrança a memória de minha mãe, ELZA HENAUT FRANCK, nascida a 02 de maio de 1925. Ao redor desta Igreja ELA, seus irmãos e amigos de infância e juventude viveram momentos maravilhosos. Nesta Igreja foi batizada, crismada, tomou a primeira comunhão, casou-se com meu pai. Nesta Igreja também EU fui batizado e crismado Meus avós maternos PEDRO HENAUT e HELENA CONCEIÇÃO DA COSTA HENAUT (ELE DE ORIGEM BELGA – ELA DE ORIGEM PORTUGUESA), também trabalharam muito na referida IGREJA. (Referência site rosamac.com.br) Merece destaque especial como pároco desta Igreja FREI LEÃO HESSLING, nascido a 21 de novembro de 1897, em WUPPERTAL NA RENANIA-ALEMANHA. Em 1912 veio para o Brasil, mais precisamente para BLUMENAU-SC, ingressando em 1919 no noviciado franciscano, quando recebeu o nome de “FREI LEÃO” (SEU NOME DE BATISMO ERA ÉRICO HESSLING). Fez FILOSOFIA em CURITIBA-PR 1920-1922, TEOLOGIA em PETRÓPOLIS 1923-1925, e em 10 de agosto de 1925, foi ordenado sacerdote. Celebrou sua primeira missa na cidade de AMPARO_SP. Foi pároco da IGREJA DE SANTO ANTONIO durante 33 anos. Foi o sacerdote mais querido pelo povo de Petrópolis, cidade que ELE tanto amou (fonte de consulta site da PROVINCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE SÃO PAULO).

IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS EM PETRÓPOLIS
Em 1974, quando do Centenário da Igreja, FREI CLARENCIO NEOTTI, escreveu um livro no qual afirma que a obra foi construída em menos de um ano e meio. A Igreja está inseparavelmente ligada a presença dos colonos alemães de Petrópolis. Foram ELES que a fizeram para que pudessem ter um lugar de culto e reuniões. Até 1870 mais ou menos, eles não tiveram assistência apropriada. Sabe-se que, nesta época vinha de Juiz de Fora-MG um frade capuchinho. A partir deste ano começaram os entendimentos para a construção da Igreja. Os Sr Schimtz fez a planta e o construtor foi o Sr Carlos Kling. As famílias UBELHARD-LENGRUBER, bem como TROYACK, VOLGE E WINTER se distinguiram na campanha pró- construção. A obra foi concluída e a benção da Igreja realizada em 08 de setembro de 1874, pelo padre TEODORO ESCH. Três anos mais tarde o BISPO DIOCESANO DO RIO DE JANEIRO DOM PEDRO MARIA DE LACERDA, benzeu os altares e imagens, com a presença do IMPERADOR DOM PEDRO II. Em 1896 chegam os franciscanos para cuidar da Igreja. Os primeiros religiosos foram FREI CIRÍACO, FREI ZENO e o irmão leigo FREI MARIANO e FREI BASÍLIO ROEWER. Anexo a Igreja estão a EDITORA VOZES LTDA e o COLÉGIO SÃO JOSÉ. Meu pai ALFREDO MARTINHO FRANCK nascido a 01 de fevereiro de 1921, no bairro do VALPARAISO, mais especificamente na RUA GUARANI, estudou neste colégio, freqüentava a Igreja, embora seus pais adotivos fossem luteranos, e o mais bonito é que ambos respeitavam a escolha religiosa de cada um, pois meu pai também os acompanhava no culto da Igreja Luterana de Petrópolis. EU estudei no INSTITUTO NOSSA SENHORA DE LOURDES, cujo colégio é ao lado da Igreja, freqüentei as missas de domingo das 0800 horas da manhã que eram dedicadas as crianças, e dessa época ficaram em minha mente as figuras do FREI MARCELO, FREI LETO que era regente do CORAL CANARINHOS DE PETRÓPOLIS e o FREI LEONARDO BOFF. (fonte de consulta www.franciscanos.org.br).

IGREJA SÃO VICENTE DE PAULO
Localizada logo no centro do Bairro, na confluência das Ruas Irmão Menrado e Tenente Paulo Maria Delage, teve seus primórdios no dia 17 de junho de 1929, quando um grupo de pessoas do lugar, junto com o Cura Vicente Zey, do Curato da Glória, se reuniram sob a inspiração do Espírito Santo e resolveram edificar, no local, uma Capela e para tanto foram pedir autorização e a benção do Bispo D. Justino José de Sant’Ana, que foi concedida de pronto.
O terreno, receberam em doação, dos Senhores José de Campos Bastos e Abel Brasil de Siqueira, então proprietários de uma área situada à esquerda da atual Igreja. Mas o lote era íngreme demais e foi considerado impróprio, pelos custos, para a obra. Nova reunião com o Cura e resolveram, de comum acordo com os doadores, vender o terreno, em tômbolas e com o resultado financeiro, comprar nova área para a Capela sonhada.
Assim fizeram e o povo compareceu. Defronte aquele terreno havia um campo de futebol, área plana e central, que era explorada para os jogos do Sport Club Borboleta e o proprietário era o Sr. José de Campos Bastos. Novos contatos e fez-se a transação. Pelos lotes 1, 2 e 3 a comissão da Igreja pagou 5.000$000 (cinco mil réis) à prestação, sendo a última parcela paga a 26 de maio de 1930.
Em 15 de setembro do mesmo ano, o Padre missionário Redentorista, Vicente Zey celebrou a primeira missa no local. Na ocasião o altar foi a mesa da copa do Sr. Francisco Xavier Schaeffer (Franz), abençoado o Cruzeiro ofertado pelo Sr. Júlio Menini, presidente da Comissão de obras e ao término da missa, realizou-se a primeira festa (festival) em benefício da construção da Capela.
Dessa data em diante, até o término das obras, realizaram-se quermesses no local, com a finalidade do financiamento das obras, destacando-se a barraca de bolos, tortas e rocamboles, guloseimas estas preparadas pelas mulheres devotas, do bairro, com muito esmero, que rifadas na roleta, davam grandes resultados financeiros (assim como até nossos dias as filhas e netas das mulheres de então continuam a tradição, herdadas de geração em geração) e mais leilões de prendas e barraquinhas do coelhinho, argolas e pescaria, que atraiam a criançada, como até hoje acontece.
Os recursos cresciam e eram aplicados na Caixa Econômica Federal, rendendo juros. Mas novas fontes de recursos surgiam, como o donativo de um rico comerciante local, Sr. Juca Vieira, dono da Venda, atuante na comunidade e devoto de São Vicente de Paulo, que doou à comissão, dois lotes de terrenos para serem rifados, com a renda destinada às obras da Capela.
Somente a 04 de setembro de 1935 a Comissão da Capela notificou ao Presidente do Sport Club Borboleta, que no prazo de um ano deveria desocupar o campo, pois que as obras começariam em setembro de 1936. No dia 19 de julho de 1936, foi lançada a pedra fundamental da nova Capela, em celebração concorrida, presidida pelo Padre Agostinho Michielsen e nessa ocasião foi fundada no Bairro a Conferência da Sociedade de São Vicente de Paulo – SSVP, de Santa Cecília.
No dia 14 de setembro de 1936, como estava previsto, começaram efetivamente as obras da construção da Capela e notava-se já, o Ecumenismo que a Santa Igreja apregoa atualmente, em nosso meio. Uma luterana, Srª Eliza Kreutzfeld doou as pedras que serviram de fundação do templo. Os homens da Comissão continuavam criativos e em 08 de maio de 1938 adquiriu do Sr. Henrique Delage um lote de terreno, por 1.300$000 réis, que rendeu muito mais, vendido em tômbolas; e eram fundos para as obras. Em 23 de outubro de 1939 comprou-se mais um lote, anexo aos três existentes, ampliando a área da Igreja, do Sr. César Turatti.
As colaborações choviam: 40.000 tijolos e tábuas diversas foram doados pelo Dr. Joaquim Inojosa, diretor da Cia. Industrial Mineira, o engradamento doado pelo Sr. Augusto Lawall, a porta principal, pelo Sr.Jacob Kneipp, a cruz da torre foi confeccionada pelo Sr. Luiz Kelmer (já presidente da comissão), o altar foi confeccionado pelo Sr. José Lourenço Kelmer, mestre carpinteiro, que escolheu as madeiras, doando seu trabalho (o mesmo já havia colaborado na montagem do altar da Igreja da Glória).
Um ilustre advogado, dr. Antonio Ribeiro de Sá, doou a imagem grande, que ainda hoje está no altar central, de São Vicente de Paulo e Deolinda Maduro doou um grande e lindo lustre que pendia majestosamente por muitos anos, no centro da Capela. Isso em 08 de maio de 1938.
A construção estava a cargo, na parte de fundação e alvenaria, do Sr. Henrique Ziegler e Carlos Schaefer (Carlinho Vilaça), que trabalhou na torre e mais Gildo Agostinho e Sebastião Francisco Coelho. Finalmente, dois sinos de bronze, artisticamente trabalhados foram doados pelo diretor do Laboratório Capivarol, Sr. Carlos Barbosa Leite, à pedido de seu guarda-livros, Sr. Franz, membro ativo da comissão de obras.
Em 1938 as dependências da Capela já podiam ser usadas pela comunidade e em 18 de fevereiro de 1940 o Sr. Pedro Gonçalo Rodrigues (o Pedro Rosa, um caminhoneiro) fazia a doação da imagem de São Sebastião e em 12 de abril de 1942 era inaugurado o altar mor e finalmente em 18 de junho de 1947, comprou-se as madeiras e foram confeccionados os bancos para a Igreja.
Em 1970, agora sob nova comissão pastoral, sob a presidência do Sr. Antonio José da Silva, a comunidade se uniu, como fizera outrora e repetindo então, com mais dificuldades o esforço par angariar fundos para aumentar a área construída da Igreja. Até a Holanda, país vizinho da Alemanha contribuiu com doações generosas, através de esforços de um Padre Redentorista holandês, amigo dos Redentoristas da Igreja da Glória. Dez anos decorreram, até se unirem as duas obras, inaugurando assim um novo espaço interno.
Somente 14 anos se passaram, quando se notou que, com o passar dos anos, o terreno cedera e estava colocando em risco o imóvel inteiro; fendas pelas paredes, desnível em relação a nova construção estavam inviabilizando a permanência da Igreja e o golpe de misericórdia veio com uma poderosa chuva de granizos, em setembro de 1984, que destruiu o telhado e o forro da velha Capela, deixando que pelas grossas paredes escorressem as águas das chuvas, quase que diárias àquela época do ano.
Uma visita episcopal à nossa Igreja, D. Juvenal Roriz, por ocasião do Sacramento do Crisma, “sacramentou” o fim da Capela, que foi derrubada, para não causar riscos de vida à comunidade, pois seu estado era lastimável e sua recuperação, no entender dos técnicos, contraproducente.
A nova comissão pastoral, agora sob a presidência de Luiz Chinelatto, assumiu o compromisso de projetar uma obra de um plano geral, com aproveitamento de todo terreno, com espaço para a nova Igreja, salão paroquial, salões, salas e dependências para o Pároco, com espaços suficientes para atender à catequese, que há tempos vinha reivindicando melhores condições físicas para atender crianças e jovens da comunidade;
Mãos à obra e o engenheiro Henrique Hargreaves (Urubu), que cobrou somente o material, fez o projeto arquitetônico, de acordo com as demandas do Conselho e do Padre Mário Antonio de Freitas, que a tudo acompanhava atentamente.
Os custos eram astronômicos e nossos parcos recursos depositados em Caderneta de Poupança, frutos dos esforços nas festas (quermesses) do mesmo modo que nossos predecessores, nem dariam para começar. Foi aí que soprou o Espírito Santo. Já pertencendo a um movimento de Igreja, o Movimento Familiar Cristão – MFC, há tempos, este escriba “acordou” para a realidade e entendeu a razão porque estava naquele momento e naquele posto de tesoureiro da comissão pastoral.
Voltando no tempo, recordava que desde menino, quando retornava das aulas do curso ginasial, noturno, ouvia de colegas mais velhos, conversas mais ou menos assim: - É, nossa Igreja está muito castigada e no ponto central do bairro, é um cartão postal muito negativo. – Eu, dizia um, como tesoureiro do Sport Club Borboleta e descendente de alemães, vou fazer um levantamento das necessidades da obra e mandar para a Alemanha, pedindo ajuda financeira. Eles vão ter que ajudar, afinal, somos descendentes dos antepassados deles, é ou não é?
Ouvia tudo e arquivava mentalmente aquilo. O tempo passava e ninguém levava adiante a idéia e nada acontecia, até que a Igreja chegou ao estado mencionado em linhas acima.
Pois bem, já adulto, casado e com minha esposa, exercendo a função de tesoureiros do MFC (Movimento Familiar Cristão) da cidade, fomos chamados a assumir o mesmo cargo em nível nacional. Participávamos, então, o casal, de reuniões onde se decidiam encontros nacionais e internacionais, de casais, com programas de catequese e custos para financiamento de tudo, chefiados pelo casal presidente, Itamar e Neide Bonfatti, que conseguiam numerários em entidades católicas, internacionais, para tal fim, viabilizava documentações e projetos, enviando a tais entidades.
Alguns anos depois, já não fazendo mais parte da cúpula, mas, atuando em nível de Juiz de Fora, me veio à tona as conversas que ouvia no ônibus noturno, dos tempos do ginásio e da experiência por que passara recentemente nos cargos ocupados junto ao MFC e numa reunião do Conselho Pastoral, após expor a possibilidade de se conseguir recursos lá fora, fui escolhido para preparar um projeto, documentações, fotos e se possível um histórico de nosso Bairro, para tentar financiamento da obra junto ao ADVENIAT, lá na Alemanha. 
Lembro-me, ainda, que, na Igreja do padroeiro, além do catecismo aos sábados, quando Dª Leninha, uma senhora magrinha e sorridente, reunia as crianças de diversas idades, para ensiná-las o beabá da religião católica e das missas aos domingos, quando Padre Canízio, um holandês da Ordem dos Redentoristas, fazia sua homilia sempre esfregando as mãos, com sofreguidão e espumando pelos cantos da boca.
(Em tempo: Uma observação sobre esse missionário. Anos depois, já cansado e envelhecido, Padre Canisio de Göotz, era esse seu nome, retornou à sua querida Holanda e lá permaneceu pelo resto de seus dias. Uma visita, certa ocasião, lhe fez muito feliz: Padre Gaspar, redentorista da comunidade da Glória, de férias, resolveu ir até a Holanda e visitar o amigo. Mataram a saudade com notícias recíprocas e Padre Canísio foi celebrar na Catedral de sua cidade, Limburg, com padre Gaspar à tiracolo. Na homilia, empolgado com a visita do amigo e se recordando dos bons tempos de Brasil, começou a falar em português, no que a assembléia nada entendia. Continuou assim por uns bons minutos, quando o amigo Gaspar o cutucou e segredou-lhe aos ouvidos de que estava na Holanda e não no Brasil. Recompondo-se, pediu desculpas ao povo e seguiu sua prédica no idioma local.)
Luiz Kelmer, o eterno presidente da Conferência de Santa Cecília e responsável pela Igreja e suas festas, puxava o terço nas friorentas noites de Maio (Mês de Maria) e junho (mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus), eram ocasiões sempre especiais para a vida religiosa da antiga Vila São Vicente de Paulo.
No Altar Central se sobressaia a solene imagem do protetor das criancinhas e padroeiro do lugar, São Vicente de Paulo. De Paulo, sim, não De Paula, pois era filho de um francês Jean di Paul e nas duas laterais, duas imagens indicavam as posições dos fiéis nos bancos. À esquerda, do lado do Sagrado Coração de Maria, ficavam as mulheres; criancinhas, meninas, moças e as senhoras e à direita, do lado do Sagrado Coração de Jesus, somente podiam permanecer os homens, de todos os tamanhos e idades.
Nem uns nem outras se atreviam a entrar na Igreja e se assentar na área reservada ás pessoas do sexo oposto, fizesse isso seria uma heresia e a pessoa seria mal vista por todos, na linguagem hodierna, “seria pagar o maior mico”.
Os fiéis, entrando pelo corredor central, mormente as moças, que pertenciam à Irmandade das Filhas de Maria, sempre de branco, fita azul com a medalha da Mãe de Jesus, pendurada ao pescoço, véus brancos (as mulheres casadas usavam véus negros) cobrindo suas cabeças, paravam ao lado do banco escolhido para se sentar, ajoelhavam-se, persignavam-se e em seguida, entravam na fileira do banco e tomavam assento. Era um ritual imutável há séculos.
EM TEMPO: A nova Igreja de São Vicente de Paulo do bairro Borboleta, inaugurada em 1991, com amplo espaço interno e salas de catequese, secretaria e cozinha comunitária, em data de 27 de setembro de 2007 foi escolhida e oficialmente consagrada para ser sede na nova PARÓQUIA DO SANTÍSSIMO REDENTOR. Na missa solene, participada por todas as comunidades envolvidas, São Vicente de Paulo (Borboleta) São Clemente (Conjunto dos Flamboyants) São Geraldo (Morada do Serro) e Profeta Zacarias (Bairro Democrata) e mais os amigos do novo Pároco designado, LUIZ EDUARDO DE ÁVILA, que até então era responsável pela Paróquia de São Pedro, sendo a Liturgia presidida pelo Sr. Arcebispo Metropolitano, D. EURICO DOS SANTOS VELOSO e seu Auxiliar D. PAULO FRANCISCO MACHADO e mais os padres redentoristas Carlos VIOL, José CLÁUDIO Teixeira, JOSÉ AUGUSTO da Silva, Mário Antonio de FREITAS, José Antero Barreto MACEDO, Alberto Ferreira LIMA, VICENTE de Paula Ferreira e visitantes, Pe. WAGNER Augusto Portugal e JOHNSON Ferreira Mury, da Catedral, JOÃO JUSTINO Medeiros, do Seminário Santo Antonio, JOSÉ MARIA Dornellas, do Santo Antonio do Paraibuna, ALESSANDRO de Mello, de São Pedro, Afonso Henrique Hargreaves BOTTI, do Linhares, MARCELO de Souza Magalhães, de São Mateus, Monsenhor ERNANI, da Igreja de São José, além do novo Pároco, Pe. Luiz Eduardo de Ávila,
Foi, para nós, da comunidade, muito gratificante poder receber tão ilustres visitantes e saber que aquela Igreja que ajudamos a construir, hoje é sede de uma Paróquia.
Por tudo isso, DAMOS GRAÇAS A DEUS.
Vicente de Paulo Clemente (bisneto do imigrante alemão, de 1858, Phillip Clemens)