Imigrantes, Colônias e Colonos Juiz de Fora - MG

Nilo Franck

Nilo

// - :












IMIGRANTES, COLÔNIAS E COLONOS


JUIZ DE FORA - MG


VI ENCONTRO DAS COMUNIDADES ALEMÃS DA AMÉRICA LATINA


 


Paulo Roberto Martins de Oliveira


Senhoras, Senhores e Jovens.


 


Petrópolis, 04 de setembro de 2008.


 


Sinto-me honrado, pelo convite do meu estimado e prezado amigo Nilo Franck, para proferir esta palestra, cujo teor principal comentarei sobre os "Imigrantes Alemães que vieram a Petrópolis RJ, e depois se transferiram para o Rio Grande do Sul". Além de um breve histórico sobre a Imperial Colônia Germânica de Petrópolis (com destaque especial ao seu principal fundador), comentarei através de um esboço geral, sobre a preparação e o início da colonização no Brasil, dando conhecimentos da formação de algumas colônias germânicas que tiveram bons relacionamentos com a de Petrópolis. Comentarei também sobre os imigrantes germânicos não colonos que escolheram Petrópolis para aqui se estabelecerem e sobre os colonos que saíram por época da extinção da Imperial Colônia. Por que saíram? E para onde foram?


A presença germânica no Brasil, em quantidade expressiva, verificou-se de 1822 a 1831. Primeiro pela contratação de militares europeus para atenderem e organizarem o Exército Imperial e segundo pela grande colonização que, a partir de 1824, deu-se principalmente na Região Sul.


Referente à entrada dos imigrantes militares no país, estes vieram em numerosos contingentes para integrar as fileiras do recém organizado Exército Imperial Brasileiro.


Vale ressaltar que para conseguir imigrantes para atender ao exército ou a colonização era tarefa fácil para o Governo Imperial, pois, devido à época, grande parte da Europa encontrava-se perseguida por inúmeras revoluções e em quase todos os países o maior problema era a fome e a miséria. O governo desses países até incentivavam à imigração para amenizar o sofrimento do povo e para diminuir os problemas internos.


O Governo Imperial Brasileiro deu preferência à imigração germânica, devido aos melhores entendimentos que havia entre o Brasil e este país europeu.


Devido a inúmeros inconvenientes, houve em 1831 a dissolução total das unidades militares estrangeiras. Os oficiais e soldados foram despedidos sem a maior cerimônia e o Governo Imperial informou que todos podiam ir para onde quisessem e que ganhassem a vida como entendessem. Alguns foram para várias colônias do Sul, outros foram para outros lugares prestarem qualquer tipo de serviço e muitos ficaram em dificuldades vagando de um lado para o outro. Porém, para alguns oficiais contratados, foram dadas concessões e facilidades para retomarem à Europa.


Na Província do Rio de Janeiro, dos muitos militares que ficaram, a maioria eram oficiais que, sem profissões definidas para trabalhos civis, passaram por muitas privações. Os que deram sorte de irem para Santa Catarina integraram-se sem maiores problemas à colonização. Porém, os que foram para São Leopoldo no Rio Grande do Sul, não foram bem aceitos. Houve até alguns que se evadiram para países vizinhos: Argentina e Paraguai.


Entre os oficiais contratados que resolveram permanecer na Província do Rio de Janeiro, constava na grande listagem o TENENTE JULIO FREDERICO KOELER (que mais tarde viria a ser o principal responsável pela fundação da Imperial Colônia Germânica de Petrópolis) - nascido em 16 de junho de 1804, em Mayença, no Ducado do Reno do Grão Duque de Hesse - Darmstadt. Era filho de Georg Ludwig Koeler e Elise Amelüng.


Baseando-me em dados de pesquisas históricas do saudoso Historiador José Kopke Froes, consta que "KOELER", além dos estudos elementares na sua terra Natal, auferiu também um certificado (o qual trouxe para o Brasil) que o afirmava, como estudante de medicina. Ainda jovem, ingressou no Exército Prussiano e conquistou a graduação de tenente. Em 1828, foi contratado para servir ao Exército Imperial Brasileiro e aqui foi submetido a rigorosos exames sobre engenharia, tendo sido aprovado brilhantemente e conquistado o posto de major de engenheiros.


Após o ano de 1831, com a dissolução do "Exército de Estrangeiros", KOELER resolveu ficar no Brasil, precisamente na Capital da Província do Rio de Janeiro. Em 1833, naturalizou-se cidadão brasileiro e continuou prestando serviços ao Exército Imperial.


Cumprindo a função de engenheiro, o MAJOR JULIO FREDERICO KOELER foi responsável por muitas obras na capital e no interior da província. Porém, foi na Fazenda do Córrego Seco e cercanias que realizou suas mais importantes obras. Desbravou matas, colonizou e povoou Petrópolis, esta que hoje é uma das mais belas cidades do país. Além de organizar a colonização e mapear a Imperial Colônia, projetou e realizou inúmeras obras públicas e iniciou a construção do Palácio Imperial, utilizando a mão de obra dos colonos gerrl1ânicos, portugueses e outros de várias etnias. Muito mais haveria realizado, se não fosse o acidente de tiro ao alvo que lhe tirou a vida em 21 de novembro de 1847.


Além do inesquecível Major Koeler, outros remanescentes do "Exército de Estrangeiros" (principalmente os do povo germânico), vieram para Petrópolis, logo após a instalação da Imperial Colônia. Compraram alguns prazos de terras e com suas famílias se estabeleceram em vários quarteirões. Dos que consegui apurar, foram: Johann Gottlieb Kaiser - cabo do 3° Batalhão de Granadeiros, que adquiriu os prazos de terras 1632 e 1633 do Quarteirão Castelânea, pagando foros a partir de O 1 de janeiro de 1846 e no prazo 1633 construiu a sua casa. Como referência, vale mencionar que esta é a única residência da época da Colônia que foi restaurada e desde o ano de 1976 funciona como museu, dando o exemplo de como era o tipo de construção de uma casa de colono.


Johann Dierks (ou Dierken) - soldado do 2° Batalhão de Granadeiros adquiriu terras no Quarteirão Woerstadt e pagou foros a partir de 01 de janeiro de 1848.


Friedrich Carl Cox - Capitão do 3° Batalhão de Granadeiros adquiriu terras no Quarteirão Princesa Imperial e pagou foros a partir de 01 de janeiro de 1851.


Johann Hermann - cadete do 28° Batalhão de Caçadores, adquiriu terras no Quarteirão Nassau e pagou foros a partir de 01 de janeiro 1846.


Carl Kramer (ou Kramer) - soldado do 3° Batalhão de Granadeiros adquiriu terras no Quarteirão Vila Imperial e pagou foros a partir de 01 de janeiro de 1848.


Carl Paul - soldado do Esquadrão de Lanceiros adquiriu terras no Quarteirão Vila Teresa e pagou foros a partir de 01 de janeiro de 1846.


Christof Schaefer (ou Schaeffer) - soldado do 2° Batalhão de Granadeiros adquiriu terras no Quarteirão Vila Imperial e pagou foros a partir de 01 de janeiro de 1846.


Heinrich Schmidt - soldado do 28° Batalhão de Caçadores adquiriu terras no Quarteirão Westfália e pagou foros a partir de 01 de janeiro de 1846.


Vale ressaltar que pela data dos pagamentos dos foros pelos foreiros acima mencionados, presume-se quando tenham vindo para a Colônia. Isto se explica através do artigo n° 24 das instruções de 20 de março de 1847, da Mordomia da Casa Imperial. D. Pedro II dispensou os colonos chegados em 1845 do pagamento da jóia e oito anos de pagamento do foro anual a partir de 01 de janeiro de 1846, Assim, esses colonos só pagariam a partir de 01 de janeiro de 1854. O saudoso Historiador Guilherme M. Auler, através de suas pesquisas, constatou que pela simples verificação da data em que se inicia o pagamento do foro, era possível identificar na população de Petrópolis, os imigrantes germânicos colonos e os não colonos.


Vale ressaltar também, que, alguns dos apelidos acima citados, constavam erroneamente como colonos nas antigas placas de bronze fixadas no "Obelisco". Porém na época das comemorações do Sesquicentenário da Colonização Germânica, em 29 de junho de 1996, pelo saudoso Prefeito Sérgio Fadel, as novas placas foram colocadas e reinauguradas com a listagem real dos apelidos dos colonos de Petrópolis.


Dando seguimento quanto à entrada de estrangeiros no Brasil, tem-se notícias de que os primeiros imigrantes, nas condições de colonos, desembarcaram no Porto do Rio de Janeiro no princípio do ano de 1818. Nesta época o Governo Imperial criou a Inspetoria de Colonização Estrangeira, com a finalidade de providenciar os alojamentos e planejar o destino destes imigrantes. Somente em 02 de março de 1827, através do Monsenhor Miranda, inspetor da colonização, foi criado um plano para atrair colonos e estabelecer colônias estrangeiras no país.


Entre os anos de 1818 e 827, as colônias foram mal conduzidas. Eram desorganizadas e sem controle, devido, principalmente, ao governo daquela época, que pensava apenas nas soluções emergenciais.


V árias colônias germânicas, sem bons resultados, foram estabelecidas em muitas partes do país. Consta que a primeira foi criada em 1818 pelo naturalista Georg Wilhelm Freyreiss no Sul da Bahia e denominada Leopoldina.


Quanto à implantação de outras colônias germânicas, uma das mais antigas e mais próxima da Fazenda do Córrego Seco (atual Cidade Imperial de Petrópolis) foi a organizada pelo Barão Georg Heinrich Langsdorff, que em março de 1822, desembarcou no Porto do Rio de Janeiro com noventa e quatro pessoas (sendo oitenta e cinco nas condições de colonos). Instalaram-se na Fazenda da Mandioca, localizada na Raiz da Serra da Estrela, no antigo Caminho dos Mineiros.


Por vários motivos, a Colônia de Langsdorffer não deu certo. Durou apenas alguns meses e antes do final do ano de 1822 praticamente não mais existia e a maioria dos seus colonos se dispersaram. Apenas um remanescente de nome Ludwig Freytag mais tarde foi para a Imperial Colônia. Consta no registro do Título de Aforamento de Terras da Cia Imobiliária de Petrópolis que no ano de 1852, comprou do colono Johann Licker o prazo de terras n° 615, situado à Rua dos Artistas (atual Rua Montecaseros).


Oficialmente, as colônias germânicas duráveis aconteceram a partir do ano de 1824, sendo a primeira na Vila de Nova Friburgo - RJ. Mais precisamente, localizava-se nas antigas terras da ex-Fazenda de Morro Queimado e instalou-se em 09 de maio de 1824 numa pequena vila anteriormente usada pelos colonos suíços, que ali haviam se estabelecidos em dezembro de 1819.


No local acima citado, o Governo Imperial mandou que se estabelecessem 284 colonos germânicos que se encontravam provisoriamente alojados na Armação em Niterói - RJ, pois estes não tinham destino determinado.


Vale ressaltar que a viagem e a instalação do grupo de colonos em Nova Friburgo - RJ, foi acompanhada pelo Pastor Friedrich Sauerbraun (considerado o primeiro Pastor Evangélico Alemão no Brasil). Este Pastor merece um destaque especial, pois era pai de 22 filhos e com tantos filhos, diziam que a sua casa parecia uma colônia.


Da Colônia Germânica de Nova Friburgo para a de Petrópolis, em 1846, veio Christiano Emerick (filho do colono Jonas Emerick) e aqui adquiriu o prazo de terras n° 3827 do Quarteirão Darmstadt.


A seguir, darei uma breve descrição da pequena Colônia do Itamaratí que, por sua boa influência, possibilitou, a partir de 1845, a colonização germânica em Petrópolis.


Ao longo do ano de 1838, cinqüenta e uma famílias germânicas, cento e quarenta e sete pessoas no total, se encontravam no Depósito da Sociedade Promotora de Colonização na Província do Rio de Janeiro. A pedido do Major Koeler, foram liberadas para atenderem as obras da Estrada da Serra da Estrela. Estes colonos estavam no Rio de Janeiro desde 13 de novembro de 1837, quando desembarcaram da barca francesa "JUSTINE”, procedentes do Havre de Grace, cujo destino era Nova Holanda - Sidney - Austrália. Para simples informação, vale mencionar que além do Porto do Rio de Janeiro, que como escala de viagem atendia ao reabastecimento, ainda constava mais uma parada em Santiago do Chile, com desembarque final em Sidney ou em outro porto qualquer na Austrália.


Do Porto do Rio de Janeiro, em 20 de novembro 1837, na barca acima mencionada, deveriam ter seguido viagem duzentos e trinta e oito colonos. Porém, duzentos e trinta e cinco ficaram e apenas três seguiram viagem. Dos duzentos e trinta e cinco colonos, oitenta e oito ficaram na Capital da Província e cento e quarenta e sete acompanharam o Major Koeler. Este último grupo era composto de cinqüenta e seis homens adultos - sendo quatorze solteiros. Entre eles, haviam práticos em construções de estradas e outras profissões. Havia também quarenta e duas mulheres adultas e quarenta e nove filhos menores.


Os trabalhadores, sob o comando de Koeler, atuaram nas obras da Estrada da Serra da Estrela e a seguir atenderam muitas outras, inclusive à obra da Ponte de Paraíba do Sul - RJ. A princípio, e em caráter provisório, tiveram como abrigo parte das instalações da Fábrica de Pólvora, sendo que a partir do mês de outubro de 1838 até o mês de março de 1839, estavam quase todos arranchados nas terras da antiga Fazenda de Bernardo Soares Proença no Itamarati.


Devido a muitos problemas na Colônia do Itamarati, relacionados a contrato de trabalho, principalmente por falta de pagamento aos trabalhadores, houve revolta, iniciou-se a dispersão e muitos saíram para empregarem-se em outras localidades, como nas obras da Estrada Cantagalo/Macaé e nas obras públicas dos Arsenais da Marinha, onde eram contratados por empreiteiros particulares que além de oferecerem bons soldos, davam-lhes melhores condições de vida.


Em meados do ano de 1841, a pequena Colônia do Itamarati entrou em estado de decadência. Por lá permaneceram apenas algumas famílias que continuaram a trabalhar com o Major Koeler e mais tarde se misturaram com os colonos de 1845. Entre os colonos que ficaram, estavam os mestres ferreiros Werker, Johann Georg Fiedler e Friedrich Arends.


Vale ressaltar que, em 1852, o médico Hermann Burmeister, em visita ao Brasil e retomando de Minas Gerais, encontrou os colonos acima citados estabelecidos com as suas famílias em terrenos com construções modestas ao longo e à beira da estrada, no local hoje conhecido por Samambaia, nas proximidades do Itamarati, segundo Distrito de Petrópolis.


Assim como imigrantes ou colonos de outras colônias mencionados em parágrafos anteriores, que vieram para a Imperial Colônia, também merece referência á tão distante Colônia de Filadélfia, no Nordeste Mineiro - hoje, próspera cidade de Teófilo Otoni, no Estado de Minas Gerais.


Em 1852, o político mineiro, Teófilo Benedito Otoni - estadista, bandeirante e colonizador, estabeleceu às margens do Rio Todos os Santos (afluente do Rio Mucuri) um acampamento e em seguida fundou a Feitoria de Filadélfia.


Para auxiliar nos trabalhos de efetivação da Feitoria, contratou dois alemães na Província do Rio de Janeiro: o engenheiro Roberto Schlobach (remanescente do Exército de Estrangeiros) e o prático em obras Otto Vogt.


Da boa atuação nos trabalhos realizados por Schlobach e Vogt, Teófilo Otoni resolveu estabelecer núcleos de colônias nos arredores de Filadélfia, que fossem formados por imigrantes europeus, dando preferência para os germânicos, com a finalidade de atenderem ao povoamento e à agricultura.


Em 1856, chegaram à Filadélfia grandes levas de alemães e suíços, seguidos de levas menores de holandeses, franceses e belgas.


Em 1858/1859, algumas epidemias tropicais criaram um grande êxodo na Região do Nordeste Mineiro f' fugindo das moléstias, muitos alemães, bem como outros colonos de diversas origens, abandonaram a Colônia de Filadélfia e dispersaram-se. Alguns foram para as colônias do Sul e outros foram para o Rio de Janeiro. Dois vieram com as suas famílias para Petrópolis: I\1ichael Goetz e Brueder Rosenberg.


Outra Colônia que merece destaque é a de D. Pedro II, (Juiz de Fora ­MG) devido ao bom relacionamento com a de Petrópolis. A ligação harmoniosa entre estas duas colônias iniciou-se a cento e cinqüenta anos, quando em 1858, Petrópolis era passagem obrigatória pelos colonos germânicos que iam se estabelecer em terras mineiras. Vale ressaltar que a construção da Estrada União e Indústria gerou também grande comunicação entre estas duas colônias, pois muitos de lá e de Petrópolis, trabalharam nas obras da rodovia e alguns se estabeleceram ao longo desta estrada. Muitos casamentos aconteceram entre as famílias destes colonos e, como resultado, hoje é comum encontrarmos descendentes destas duas colônias, tanto em Petrópolis - RJ como em Juiz de Fora - MG. Como exemplo, temos as seguintes famílias: Bechtlufft, Faulhaber, Grünewald, Ransen, Jung, Kneipp, Lenz, Münch, Otto, Peters, Schmidt, Schmitz, Sixel, Surerus, Weckmüller, Winter e outras.


Mencionei em parágrafos anteriores alguns colonos de diversas colônias vieram para Petrópolis. Cabe agora informar sobre os colonos e ou seus primeiros descendentes que daqui saíram. O que provavelmente provocou a saída? E para onde foram?


Para breve informação, a Imperial Colônia Germânica de Petrópolis durou apenas quatorze anos e alguns meses, pois foi inaugurada em 29 de junho de 1845 e extinta em 06 de janeiro de 1860. Com o término da Colônia, surgiram inúmeros problemas. O principal foi para aqueles que trabalhavam na construção civil, pois houve diminuição das obras públicas, das construções das casas que serviam a corte e outras obras particulares. Devido à falta de trabalho e meios para a subsistência, muitos colonos e suas famílias resolveram sair de Petrópolis.


Não existe nenhum documento em qualquer arquivo que especifique as datas de saída e nem para onde foram os colonos da Imperial Colônia. Tendo em vista que cada um saiu como bem entendeu à procura de trabalho em outro lugar. Dos que saíram, a maioria abandonou os seus prazos de terras e também as dívidas. As terras abandonadas ficaram em situação de comisso, algumas foram adjudicadas e mais tarde vendidas para outras pessoas.


Houve casos, porém raros, em que os colonos deixaram procuradores para a venda de suas terras, com as devidas benfeitorias e alguns dos seus pertences, criando condições para saudarem as suas dívidas com a Superintendência Imperial. Um deles foi o colono Heinrich Ludwig Jaeger. A maioria dos colonos ficaram em Petrópolis e com criatividade conseguiram superar as dificuldades. Contudo, alguns colonos, acompanhados dos seus filhos maiores, foram trabalhar nos arredores e municípios vizinhos. Houve casos em que algumas famílias dividiram-se, pois uns ficaram e outros se transferiram para outras cidades próximas. Para Três Rios - RJ foram parte das seguintes famílias: Noel, Schmidt e Vogel. Outras se estabeleceram ao longo da Estrada União e Indústria (por época de sua construção) e algumas foram para Juiz de Fora - MG. Como a Bechtlufft, Jung, Kraemer, Meurer, Surerus e outras.


Houve uma quantidade considerável de colonos que, com suas famílias, saíram de Petrópolis, foram para lugares totalmente ignorados e que até bem pouco tempo não se tinha qualquer tipo de notícia. Porém, desta parte desconhecida da nossa história está sendo possível paulatinamente esclarecer, através de alguns contatos (correspondências) que recebi ao longo do ano de 1995, de uma família de ascendência germânica, moradora em Lajeado - RS (antiga Colônia Germânica de Conventos), que estava à procura das origens no Brasil, do seu antepassado Heinrich Ludwig Jaeger, já citado. Deste, tinha pouquíssimas informações, apenas que, quando chegou ao Brasil, do Porto da Província do Rio de Janeiro, teria ido para a Colônia de Nova Friburgo ou a de Petrópolis. Na realidade, o colono Jaeger já fazia parte na minha listagem de procura. A partir da primeira comunicação (carta que recebi do Sr. Sérgio Mello Jaeger, trineto deste colono de Petrópolis), desencadeou-se uma série de trocas de informações, incluindo dados de outras famílias que daqui saíram e foram para o mesmo lugar, ou colônias próximas de Conventos (Lajeado ­RS). Esta nova condição de estudo despertou-me total interesse em apressar as minhas pesquisas, tanto para atender a família Jaeger, como às outras que paralelamente a este trabalho, iam surgindo. De algumas famílias, cujos descendentes já foram localizadas, posso citar: Beuren, Haag (imigrante não colono em Petrópolis), Jaeger, Kuhn, Marx, Reiss, Steibom, Schwartz e Schweickardt.



Por Paulo Roberto Martins de Oliveira

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