HEINRICH WILHELM FERDINAND HALFELD E SUA VISÃO DE JUIZ DE FORA - MG
A cidade de Juiz de Fora comemora no próximo dia 31 de maio seus 160 anos de história. Nos dias de hoje está em quarto lugar entre os municípios do estado de Minas Gerais, com uma população estimada em 550.000 habitantes. Sua história está eternamente ligada a figura de um imigrante alemão de nome Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld,(Henrique Guilherme Fernando Halfeld), nascido na cidade de Clausthal-Zellerfeld, no ano de 1797. Formou-se em engenharia na Bergakademie Clausthal. Halfeld entrou para o Exército aos 18 anos como Segundo Tenente e participou na expulsão dos franceses da Alemanha e depois da Batalha de Waterloo. Nesta última foi atingido no rosto.
Chegou ao Brasil em 1825, a bordo do veleiro “Dóris” para fazer parte do Imperial Corpo de Estrangeiros formado por D Pedro I. Este era uma Divisão do Exército brasileiro criada em 18 de janeiro de 1822 e, era formada inicialmente por imigrantes suíços de Nova Friburgo-RJ. Depois a divisão foi reforçada por imigrantes alemães recrutados na Europa pelo Major Georg Anton Von Schäffer (nascido em Münnerstadt em 07/01/1779 e falecido em Jacarandá- ? 1836). Participaram desta Divisão, os Srs Julius Friedrich Koeler ( Júlio Frederico Koeler - nascido em Mogúncia 16/06/1804 e falecido em Petrópolis-RJ em 1847 – Diretor da Colônia de Petrópolis-RJ), Friedrich Wilhelm Von Hoonholtz (nascido na Prussia em 1795 e falecido em Itaguaí-RJ em 31/12/1837 - Pai do Barão de Tefé herói da Batalha do Riachuelo e avô de Nair de Tefé segunda esposa do presidente Hermes da Fonseca) e Hans Wilhelm Von Suckow (nascido em Warin em 28/08/1797 e falecido no Rio de Janeiro em 07/01/1869, foi um dos fundadores do Jockey Club Brasileiro em 1868). Em 1836 Halfeld foi nomeado engenheiro da Província de Minas Gerais e se estabeleceu com a família em Ouro Preto (Vila Rica), para trabalhar num plano de estradas que ligava Ouro Preto ao Rio de Janeiro (Lei 18 de 01/04/1835).
Do livro Turnerschaft Club Gymnastico de Juiz de Fora 1909 – 1979 ,das páginas 16 e 17, extraímos o seguinte trecho: “... A primeira forma encontrada pela Província foi buscar melhorias no Caminho Novo. Halfeld utilizou boa parte do caminho pelo lado esquerdo do Rio Paraibuna”. E mais adiante “ ... mas: ao atingir a ainda existente Benfica, abandonou-o, atravessou o rio Paraibuna e agora, pela margem direita, traçou a Rua Bernardo Mascarenhas ,afastou-se da grande volta pela Grama do outro lado do rio e para fugir dos pântanos, subiu o Morro da Glória, contornou a imensa lagoa de 50.000 metros quadrados que havia no local do Largo do Riachuelo e, numa impressionante reta de 03 km (hoje Avenida Rio Branco), subiu até o Alto dos Passos”. (Jair Lessa 1985).” “... Segundo alguns historiadores locais, Halfeld, após a construção da Estrada arquitetada por Ele, não seguiu o trajeto do Caminho Novo de Garcia Paes, passou a pensar na formação de uma cidade.” “... O arraial que poucos anos depois foi elevado a vila , começou a formar-se a margem da nova estrada, como já foi dito ,bem distante do lugar chamado Juiz de Fora e com outro nome- Santo Antonio do Paraibuna...(OLIVEIRA,1966,p.66).”
Sua primeira esposa faleceu em Ouro Preto em 13 de maio de 1839, seu nome Dorothea Augusta Filipina. Casou-se pela segunda vez em 08 de janeiro de 1840, com Cândida Maria Carlota, filha de seu anfitrião tenente Antonio Dias Tostes, proprietário da fazenda do Juiz de Fora; e de bens em grande parte da região central da cidade nos dias de hoje. Em 1842, no Posto de Capitão de Engenharia, participou da vitória das tropas leais ao Imperador, na Batalha de Santa Luzia (Revolução liberal), sendo condecorado com a Imperial Ordem da Rosa. Em 1852 foi encarregado de realizar balizamento do Rio São Francisco. Casou-se pela terceira vez em 1867 com Maria Luiza da Cunha Pinto Coelho. Teve ao todo 16 filhos. Faleceu em 22 de novembro de 1873, acidentalmente com um tiro quando limpava sua arma.
Por ser considerado fundador de Juiz de Fora, todos os anos a Prefeitura Municipal homenageia pessoas e instituições que trabalham pelo progresso da cidade com a Medalha do Mérito Halfeld, cuja solenidade é um dos pontos altos das comemorações do aniversário da cidade. É reconhecido como uma das personalidades mais importantes da história do Município.
Nos dias de hoje, vários sites e livros contam histórias sobre este nosso homenageado, e sobre a Imigração Alemã em Juiz de Fora, a saber: “Juiz de Fora – a Cia União e Indústria – e os alemães” de Luiz José Stheling, “Mariano Procópio – sua vida – sua obra – sua descendência” de Wilson Lima Bastos, “Os Alemães e o Borboleta” de Vicente Clemente, “Chucrute, Danças, Chope e Determinação” de Luiz Antonio Stephan, “Turnerschaft – Club Gynastico Juiz de Fora – 1909-1979” de Jakeline Duque de Moraes Lisboa e Carlos Fernando Ferreira da Cunha Junior. Também no site da Universidade Federal de Juiz de Fora, vários trabalhos sobre a Imigração Alemã na cidade estão publicados à disposição dos nossos leitores. Em Petrópolis o site IHP, Instituto Histórico de Petrópolis poderemos encontrar vários trabalhos que falam deste assunto. As fotos podem ser vistas na internet e fazem parte do Álbum do Município de Juiz de Fora de Albino Esteves (Arquivo de Marcelo Lemos).
Aos leitores do site brasilalemanha nossa contribuição aos 190 anos da Imigração Alemã no Brasil. Nilo Sergio Franck e Dilza M. Franck. Obrigado
Foto da avenida Rio Branco na primeira metade do século XX, é um dos trechos da nova estrada construída por Heinrich Halfeld. É a famosa grande reta contida no texto.
BIBLIOGRAFIA:
1.Site Wikipédia – Enciclopédia livre:
2.Turnerschaft – Club Gynastico Juiz de Fora – 1909-1979;
3.Sitewww.rdvetc.com/2012/halfeld-o-fundador-de-juiz-de-fora-a-rua-e-o-parque. Texto escrito por Luiz Antonio Doria;
4.Fotos do Álbum do Município de Juiz de Fora de Albino Esteves – Arquivo
Marcelo Lemos e, do Instituto Teuto-Brasileiro William Dilly.